Santa Isabel de Portugal, rainha, +1336
Filha do rei D. Pedro II de Aragão e da rainha D. Constança. Pensa-se que tenha nascido em princípios de 1270. Em Barcelona? Não sabemos ao certo.
Casou-se em 1282 com D. Dinis, rei de Portugal. Neta de Jaime I o Conquistador, bisneta de Frederico II da Alemanha, deles herdou a energia tenaz e a força de alma. Mas caracterizava-se principalmente pela bondade imensa e pelo espírito equilibrado e justo de Santa Isabel da Hungria, sua parente próxima. Era mulher cheia de doçura e de bondade. Gostava da vida interior e do trabalho silencioso, jejuava dias sem conta ao longo do ano, comovia-se com os que erravam, rezava pelo Livro de Horas, cosia e fazia bordados na companhia das damas e distribuía esmolas aos necessitados.
Aos 20 anos foi mãe de D. Afonso IV, o Bravo, que foi a sua cruz. Caso único na 1ª dinastia portuguesa, a vida deste homem foi pura e nisto se vê influência de sua mãe.
Era discreta esta jovem rainha que obrigava o filho a obedecer ao pai (ele era o rei), que fingia ignorar as andanças do rei e que criava os seus filhos ilegítimos. Na política peninsular de então, o seu poder moderador fez-se sentir profundamente. Serviu de juiz nas rixas entre D. Dinis, seu irmão e seu turbulento filho.
Após a morte de D. Dinis, vestiu o hábito de Santa Clara. Construiu mosteiros e hospitais. Morreu em Estremoz a 4 de Julho de 1336. Foi canonizada a 25 de Maio de 1625 pelo papa Urbano VIII. Portugal venera-a com a antonomásia de Rainha Santa.
Beato Pier Giorgio Frassati
Pedro Jorge (Pier Giorgio) Frassati nasceu em Turim no dia 6 de abril de 1901 (Sábado Santo), de uma família rica: a mãe Adelaide Ametis uma pintora; o pai, Alfredo Frassati, em 1895 com pouco mais de trinta e seis anos fundara o jornal “La Stampa”; em 1913 é o mais jovem senador do Reino e em 1922 é embaixador da Itália em Berlim.
Pedro Jorge absorveu a vida cristã mergulhando espontaneamente, por escolha pessoal na água viva que a Igreja daquele tempo lhe oferecia: daquela Igreja na qual não faltavam limites e problemas, ele sentiu-se “parte”, membro ativo.
As associações nas quais Pedro Jorge se inscrevera, muitas vezes contra a vontade dos familiares e participando em todas as atividades, assumindo responsabilidades.
“Você é um ‘beato?’, perguntou-lhe alguém na universidade. “Não”, respondeu com bondade mas com firmeza: “Não, sou ‘cristão’! Em 1919, sendo ainda muito jovem, Pedro Jorge inscreveu-se na Conferência de São Vicente de Paulo.
Os seus estudos vinham iluminados de fé e caridade, devido à sua condição social. Tinha possibilidades, por isso escolheu engenharia de minérios, porque quando viveu na Alemanha reparou nas graves condições de trabalho dos mineiros: “Quero ajudar o povo nas minas e posso fazer melhor mesmo não sendo sacerdote, pois os padres não estão muito perto dos problemas do povo”.
Assim explicava o porquê da sua escolha a Luise Rahner, mãe do celebre teólogo Karl Rahner, em cuja casa foi hóspede por algum tempo. Dizia que queria ser “mineiro entre os mineiros”.
Sua irmã Luciana revelou que a situação era mais humilhante de quanto se pode imaginar: Em casa, Pedro Jorge era tido como um tolo e sempre com pouco dinheiro porque, para ajudar os outros, devia dar não o supérfluo, mas o necessário.
Procurava convencer os outros a fazer o mesmo. Diz um amigo: “Um dia procurava convencer-me a entrar na Conferência Vicentina, mas a minha dificuldade era entrar nas casas dos pobres, pois poderia vir a ter algumas doenças... Ele, com muita simplicidade, respondeu-me que visitar os pobres era visitar Jesus”.
Entre os seus sofrimentos, devemos lembrar o amor profundo por Laura Hidalgo, de condição humilde, amor ao qual ele se sentiu moralmente levado a renunciar devido aos preconceitos da família. E ao ver o divórcio dos seus pais tão real percebeu: ”Não posso destruir uma família para formar uma outra. Serei eu a me sacrificar”.
No dia 30 de junho de 1925, Pedro Jorge começou sentir enxaqueca e inapetência. Ninguém lhe deu a devida atenção porque a sua avó estava a viver os seus últimos dias (com cerca de noventa anos), e aquele rapagão alto e vigoroso, a quem pouco se reparava, pois era bom demais, com as suas “febrezinhas” não deveria ser nada de outro mundo. Afinal, ele era alpinista e parecia esbanjar saúde. Mas, infelizmente, Pedro Jorge Giorgio estava começando a morrer, sentindo o seu jovem corpo destruir-se com a paralisia que avançava progressiva e implacavelmente, sem que ninguém lhe desse atenção.
Assim ele, humilde e manso, enfrentou sozinho o sintoma da terrível moléstia, cuja gravidade ele não notou, a ponto de nem ao menos falar com alguém. Quando os pais, apavorados, afinal compreenderam o que lhe estava a acontecer já era tarde. A vacina que veio rapidamente do Instituto Pasteur de Paris já não tinha efeito devido ao avanço da doença.
No último dia de sua vida Pedro Jorge pediu à irmã Luciana para buscar na escrivaninha uma caixinha de injeções que não tinha conseguido entregar a um dos seus pobres e quis escrever um bilhete com as instruções e o endereço: “Quis escrevê-lo com as suas próprias mãos já atormentadas pela paralisia e saiu um emaranhado de letras quase incompreensível. É o seu testamento: as últimas energias para a última caridade”.
O funeral foi um acorrer de amigos e principalmente de pobres. Seus familiares foram os primeiros a ficar assombrados vendo-o tão querido e tão conhecido. Pela primeira vez compreendiam onde Pedro Jorge viveu verdadeiramente nos seus poucos anos de vida, apesar de ter tido uma casa confortável e rica na qual chegava sempre atrasado.
Chamado pelo Papa João Paulo II de “Homem das Bem-aventuranças”, Pedro Jorge Frassati foi por ele beatificado em 1990.
Que este jovem santo dos nossos dias interceda por nós!
(Fonte: site: Evangelho Quotidiano)