Paróquia Santa Luzia

Paróquia Santa Luzia
...

19 de jul. de 2014

Papa Francisco envia mensagem ao pároco argentino na Faixa de Gaza que decidiu ficar com seus fiéis durante conflito com Israel

P. Jorge Hernández (Foto: Andres Bergamini, Patriarcado Latino de Jerusalém)


GAZA, 19 Jul. 14 / 10:55 am (ACI/EWTN Noticias).

- "Recebi notícias através do Padre Mario Cornioli. Estou junto a você e às irmãs e a toda a comunidade católica”, assegurou o Papa Francisco na mensagem que lhe enviou ao pároco de Gaza, Pe. Jorge Hernández, missionário argentino do Instituto do Verbo Encarnado (IVE) e a sua comunidade. Pe. Hernández se recusou a deixar o país mesmo diante dos bombardeios de Israel em Gaza, para ficar com seus fiéis.
"Acompanho-vos com minha oração e proximidade. Que Jesus os abençoe e a Virgem Santa vos proteja. Um abraço. Fraternalmente, Francisco", diz ainda o breve texto publicado no site do IVE.
A irmã Laudis, religiosa do IVE atualmente em Beit Jala depois de sair de Gaza, disse à agência Fides que “o Padre Jorge traduziu o texto do Papa ao árabe para dá-lo a conhecer a todas as famílias. Todos ficaram tocados e reconfortados neste momento terrível que estamos experimentando”.
O Papa também se comunicou por telefone com o presidente de Israel, Shimon Peres, e com o da Palestina, Mahmoud Abbas. Em primeiro lugar, Francisco ligou para o mandatário israelense às 10 e a seguir ao mandatário palestino às 11.30h.
Com ambos pôde compartilhar "suas graves preocupações pela situação atual do conflito que afeta de forma particular a Faixa de Gaza e que, em um clima de crescente hostilidade, ódio e sofrimento por parte dos dois povos, faz-se numerosas vítimas e gera-se uma situação de grave emergência humanitária".
A ofensiva terrestre do exército israelense na Franja da Gaza, concentrada na parte norte, esteve acompanhada pela intensificação durante a última noite de bombardeios aéreos e navais também na cidade da Gaza.
A pequena paróquia católica de Gaza, dedicada à Sagrada Família, está totalmente repleta pela emergência humanitária provocada pela intervenção militar.
O Pe. Hernández recebeu numerosos grupos de famílias nos locais da escola que fugiram de seus lares s localizados nas zonas bombardeadas, e, desde então se dedica à busca de água e mantimentos para os desabrigados.
“Falei com as famílias da paróquia”, disse a irmã Laudis, “todo mundo me disse que não pestanejaram a noite inteira devido aos bombardeios. As casas tremiam, as crianças choravam”.
A situação dos cristãos em Gaza
Em novembro de 2012 o Pe. Hernández descrevia a situação de Gaza. Seu testemunho apareceu publicado no site do IVE: “escrevo-lhes desde nossa paróquia da ‘Sagrada Família’ em Gaza, pertencente ao Patriarcado Latino de Jerusalém e que conta com 200 católicos. O lugar é conhecido por todos, pois além do complexo paroquial há um colégio que alberga menores, cristãos e muçulmanos, como em uma só família”.
“A situação não mudou, na verdade, ela piora com o passar dos dias. O transcurso do tempo faz que se comece a sentir cada vez mais a pressão que significam os bombardeios contínuos, diurnos e noturnos”.
“O estrondo ensurdecedor das bombas, a insegurança e o medo fazem que este povo padeça uma tortura, não só cruenta, mas também cruel e desumana no espiritual e no psíquico”.
“As pessoas estão assustadas, e não pode ser de outro jeito. Os mísseis não sabem de ética nem de moral, não diferenciam entre jovem ou ancião, cristão ou muçulmano, homem ou mulher… Simplesmente caem e destroem. Quando se escuta os aviões e a posterior descarga dos mísseis, experimentamos uma angústia interior muito grande e, alguns, o alívio de não ter sido alcançado pelos mesmos. É sempre a constante pergunta: ‘Até Quando?’. As pessoas em geral não querem outra coisa mas, simplesmente, viver suas vidas. O que pedimos a todos os responsáveis é que deixem Gaza viver em paz!”
O Pe. Hernández afirma que “nossa missão é estar junto aos cristãos de Gaza. Acompanhá-los, levar junto com eles esta cruz. (...) E este nosso gesto, eles reconhecem, valorizam e agradecem. Inclusive, pedem-nos: ‘não nos deixem… ‘entendemos que tenham que ir, mas melhor seria que fiquem conosco’… estas e outras muitas são as frases que nos dizem nossos paroquianos. E isto porque, o só o fato de saberem-se acompanhados na dor é já um enorme alívio. Pois bem, essa é nossa tarefa”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário