Paróquia Santa Luzia

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31 de jan. de 2015

Quarto Domingo do Tempo Comum


A liturgia do 4º Domingo do Tempo Comum garante-nos que Deus não se conforma com os projetos de egoísmo e de morte que desfeiam o mundo e que escravizam os homens e afirma que Ele encontra formas de vir ao encontro dos seus filhos para lhes propor um projeto de liberdade e de vida plena.

A primeira leitura propõe-nos – a partir da figura de Moisés – uma reflexão sobre a experiência profética. O profeta é alguém que Deus escolhe, que Deus chama e que Deus envia para ser a sua “palavra” viva no meio dos homens. Através dos profetas, Deus vem ao encontro dos homens e apresenta-lhes, de forma bem perceptível, as suas propostas.

O Evangelho mostra como Jesus, o Filho de Deus, cumprindo o projeto libertador do Pai, pela sua Palavra e pela sua ação, renova e transforma em homens livres todos aqueles que vivem prisioneiros do egoísmo, do pecado e da morte.

A segunda leitura convida os crentes a repensarem as suas prioridades e a não deixarem que as realidades transitórias sejam impeditivas de um verdadeiro compromisso com o serviço de Deus e dos irmãos.
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(Mc 1,21-28)



21Na cidade de Cafarnaum, num dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar.

22Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei.

23Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: 24“Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus”. 25Jesus o intimou: “Cala-te e sai dele!”

26Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu. 27E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: “O que é isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!” 28E a fama de Jesus logo se espalhou por toda a parte, em toda a região da Galileia.

Comentário do dia: São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja. Sermão «Christus unus omnium magíster»

«Um só é o vosso Doutor: Cristo» (Mt 23,10). […] Cristo é, com efeito, «este Filho, que é resplendor da sua glória e imagem fiel da sua substância e que tudo sustenta com a sua palavra poderosa» (Hb 1,3). Ele é a origem de toda a sabedoria: o Verbo de Deus nas alturas é a fonte da sabedoria. Cristo é a fonte de todo o verdadeiro conhecimento, pois Ele é «o caminho a verdade e a vida» (Jo 14,6). […] Enquanto caminho, Cristo é Senhor e princípio do conhecimento segundo a fé. […] Por isso, Pedro ensina-nos na sua segunda carta: «E temos assim mais confirmada a palavra dos profetas, à qual fazeis bem em prestar atenção como a uma lâmpada que brilha num lugar escuro.» (1,19) […] Pois Cristo é o princípio de toda a revelação, pela sua vinda em espírito, e a afirmação de toda autoridade, pela sua vinda na carne.

Veio em primeiro lugar em espírito, como luz reveladora de toda a visão profética. Segundo Daniel, «é Ele quem revela o que é profundo e escondido, quem conhece o que se esconde nas trevas, e a luz mora junto dele» (2,22); trata-se da luz da sabedoria divina, que é Cristo. Segundo João, Ele diz: «Eu sou a luz do mundo; quem Me segue não andará nas trevas» (8,12); e também: «enquanto tendes a Luz, crede na Luz, para vos tornardes filhos da Luz» (12,36). […] Sem esta luz que é Cristo, ninguém pode penetrar os segredos da fé. E é por isso que lemos no livro da Sabedoria: «Envia-a, pois, do teu santo céu, digna-te enviá-la do trono da tua glória, para que me assista nos meus trabalhos e eu conheça aquilo que Te é agradável. […] Pois que homem poderia conhecer a vontade de Deus?» (9,10-13). Ninguém pode chegar à certeza da fé revelada, senão pela vinda de Cristo em espírito e na carne.

Responsório (Sl 94)

— Não fecheis o coração, ouvi hoje a voz de Deus!

— Vinde, exultemos de alegria no Senhor,/ aclamemos o Rochedo que nos salva!/ Ao seu encontro caminhemos com louvores,/ e com cantos de alegria o celebremos!

— Não fecheis o coração, ouvi hoje a voz de Deus!

— Vinde, adoremos e prostremo-nos por terra,/ e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!/ Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor,/ e nós somos o seu povo e seu rebanho,/ as ovelhas que conduz com sua mão.

— Oxalá ouvísseis hoje a sua voz:/ “Não fecheis os corações como em Meriba,/ como em Massa, no deserto, aquele dia,/ em que outrora vossos pais me provocaram,/ apesar de terem visto as minhas obras”.

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