Aconteceu num dia de sábado que, 6Jesus entrou na sinagoga, e começou a ensinar. Aí havia um homem cuja mão direita era seca. 7Os mestres da Lei e os fariseus o observavam, para ver se Jesus iria curá-lo em dia de sábado, e assim encontrarem motivo para acusá-lo. 8Jesus, porém, conhecendo seus pensamentos, disse ao homem da mão seca: “Levanta-te, e fica aqui no meio”. Ele se levantou, e ficou de pé. 9Disse-lhes Jesus: “Eu vos pergunto: O que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar uma vida ou deixar que se perca?” 10Então Jesus olhou para todos os que estavam ao seu redor, e disse ao homem: “Estende a tua mão”. O homem assim o fez e sua mão ficou curada. 11Eles ficaram com muita raiva, e começaram a discutir entre si sobre o que poderiam fazer contra Jesus.
Comentário do dia: Santo Atanásio (295-373), bispo de Alexandria, doutor da Igreja. Contra os pagãos, 40; SC 18
Uma cura ao Sábado, símbolo da conclusão da criação
Este mundo é muito bom, tal como foi feito e tal como o vemos, porque Deus o quer assim: ninguém pode duvidar disso. Se a criação fosse desordenada, se o universo evoluísse ao acaso poder-se-ia pôr em causa esta afirmação. Mas como o mundo foi feito com sabedoria e ciência, de modo racional e lógico, posto que foi ornado de toda a beleza, é preciso que Aquele que a ele preside e que o organizou não seja senão a Palavra de Deus, o seu Verbo, o seu Logos. […]
Sendo a boa Palavra do Deus de bondade, foi esse Verbo que dispôs a ordem de todas as coisas, que reuniu os contrários com os contrários para com eles formar uma só harmonia. É Ele, «poder e sabedoria de Deus» (1Cor 1,24), que faz girar o céu, que tem a terra suspensa e que, sem que ela assente em nada, a mantém com a sua própria vontade (cf Heb 1,3). O sol ilumina a terra com a luz que recebe dele, e a lua recebe a sua medida da sua luz. Por Ele a água fica suspensa nas nuvens, as chuvas regam a terra, o mar mantém-se nos seus limites, a terra cobre-se de toda a espécie de plantas (cf Sl 103). […]
A razão de esta Palavra, Verbo de Deus, ter vindo até às criaturas é verdadeiramente admirável. […] A natureza dos seres criados é passageira, fraca, mortal; mas, sendo pela sua natureza bom e excelente, o Deus do universo ama os homens. […] Assim, vendo que, entregue a si própria, toda a natureza criada se esvai e se dissolve, para evitar que isso aconteça e para que o universo não regresse ao nada […], Deus não o abandona às flutuações da sua natureza. Na sua bondade, com o seu Verbo, Ele governa e mantém toda a criação, […] que não sofre, portanto, o destino que teria se o Verbo não cuidasse dela, isto é, a aniquilação. «Ele é a imagem do Deus invisível, o primogénito de toda a criatura; porque foi nele que todas as coisas foram criadas, no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, […] tudo nele subsiste. […] Ele é a cabeça do Corpo, que é a Igreja» (Col 1,15-18).
Responsório (Sl 61,6-7.9)
— A minha glória e salvação estão em Deus.
— A minha glória e salvação estão em Deus.
— Só em Deus a minha alma tem repouso, porque dele é que me vem a salvação! Só ele é meu rochedo e salvação, a fortaleza, onde encontro segurança!
— Povo todo, esperai sempre no Senhor, e abri diante dele o coração: nosso Deus é um refúgio para nós
Natural da Catalunha, ingressou aos 22 anos na Companhia de Jesus e fez uma parte de seus estudos em Palma de Maiorca, onde recebeu a ótima influência de Santo Afonso Rodrigues. Partiu como missionário para a América espanhola, sendo ordenado sacerdote em Bogotá. Penalizado com a triste situação de abandono em que se encontravam os negros trazidos da África como escravos, decidiu consagrar sua vida ao apostolado junto deles, chegando mesmo a se obrigar por voto a ser "aethiopum semper servus" (sempre escravo dos negros). Cumpriu heroicamente esse voto, por mais de 40 anos.
Beato Frederico Ozanam, leigo, +1853
Frederico Ozanam, nasceu em 1813, em uma família de treze irmãos, dos quais somente sobreviveram três. Estudou Direito em Paris e posteriormente tornou-se o professor mais jovem da Sorbona.
Casou-se com Amélia Soulacroix, com quem teve uma filha. Morreu aos 40 anos de idade, porém, nesses poucos anos, foi capaz de estabelecer uma extraordinária obra que não só adaptou o cristianismo à necessidades urgentes, mas recuperou o protagonismo de piedosa dedicação aos leigos na Igreja, num século onde a expansão de idéias anticlericais e contrárias à religião, cresciam significativamente.
Foi em 1833, com apenas 20 anos de idade que começou a amadurecer a idéia da Sociedade São Vicente de Paulo. Ozanam conheceu, durante seus anos de estudante, a Emmanuel Bailly, redator da revista Tribuna Católica, e a muitos outros personagens católicos durante as tertúlias do conde de Montalembert. Bailly influenciou muitos outros jovens católicos e com o apoio destes jovens foi que Ozanam pôs em prática, em 1833, a primeira Conferência.
O objetivo dos primeiros fundadores era, sobretudo, o aprofundamento em sua vida cristã. Dentre suas inquietudes, expressava Frederico Ozanam que “quisera formar uma reunião de amigos que trabalharam juntos num edifício científico, mas sob o pensamento católico”. Por conseguinte, começar colocando a ação caritativa num lugar central. A isso contribuiu teses levantadas por outros universitários, que denunciavam que o cristianismo havia abandonado a ação caritativa da antiguidade.
Ozanam, assim, asseverou então que “desejaria que todos os jovens, de cabeça e de coração, se unissem para realizar uma obra caritativa, e que se formaria em todo o país, uma vasta associação generosa, destinada a aliviar as classes populares”. Acreditando ser o modelo mais ajustado da fé o fato de consagrar-se às necessidades do irmão, deixou claro que Deus abençoaria esse apostolado pelas suas obras de caridade.
Os jovens que formaram a primeira Conferência, contaram, em seus primeiros passos, com a ajuda de uma Filha da Caridade Cristã, Irmã Rosália Rendu, mulher conhecida e reconhecida em Paris por sua ação caritativa. Irmã Rosália os pôs em contato com as situações de pobreza em Paris, no final do século XIX , os animou e em muito auxiliou as Conferências em seu crescimento.
Desde o princípio as Conferências se colocaram sob a proteção de São Vicente de Paulo. A caridade era o eixo fundamental da Sociedade, ainda que as Conferências mantiveram sempre uma atenção especialíssima à formação e ao enriquecimento da fé de seus sócios. Mesmo porque, Ozanam afirma que “queremos que esta Sociedade de caridade não seja um partido, nem uma escola ou confraria, senão que seja profundamente leiga e sem deixar de ser estritamente católica.”
Frederico Ozanam morreu no ano de 1853, em Marsélia, depois de passar dura provação em decorrência de dolorosa enfermidade.
Em 1997, durante um encontro encontro mundial entre jovens, celebrado em Paris, o Papa João Paulo II beatificou Frederico Ozanam, que foi um precursor do papel com que os leigos iriam desenvolver com brilhantismo no seio da Igreja, sendo um perfeito modelo de vida para a juventude.
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Recortes:
“Viste como levantaram aquele edifício de grandeza imponente?... À força de pequenas coisas!”(Josemaría Escrivá, Caminho, n. 823)
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