2013-12-17 L’Osservatore Romano
«Viríeis à festa de aniversário do Papa Francisco?». Ao ouvir estas palavras esfregaram os olhos para entender se ainda dormiam. Duvidaram se tinham compreendido bem a pergunta. Depois de um instante de desorientação e admiração, começaram a arranjar aquilo que é a sua cama, feita de papelão e cobertas arrumadas do melhor modo possível para se proteger do frio pungente das noites romanas.
Não acontece todos os dias o que sucedeu a três homens de quarenta anos, sem-tecto, que juntamente com muitos outros encontram refúgio habitualmente debaixo do pórtico do prédio da Sala de Imprensa da Santa Sé, na via della Conciliazione. Na manhã de terça-feira, 17 de Dezembro, o arcebispo esmoler Konrad Krajewski apresentou-se muito cedo. Dirigiu-se a um deles, os primeiros que viu, com aquele convite inesperado: festejar o septuagésimo sétimo aniversário do Papa Francisco.
Aos três – um eslovaco, um polaco e um checo com o seu inseparável cão – não parecia verdade. Encheram a bagageira do carro do esmoler com as suas pobres coisas, subiram e ajeitaram o cãozinho no meio deles, e partiram em direcção da Casa de Santa Marta.
À sua chegada, os três pobres receberam grande admiração e simpatia. Esperaram que terminasse a missa, na qual participaram os funcionários da Casa juntamente com o diretor. Depois, o esmoler apresentou-os ao Pontífice. Tinham uma prenda especial para ele: um raminho de girassóis, porque estas flores, como explicou D. Krajewski, se voltam sempre para o sol, como a Igreja olha sempre para o seu «sol», Cristo.
O Papa Francisco convidou-os a tomar o pequeno almoço com ele no refeitório de Santa Marta. Trocaram algumas palavras, num clima de muita familiaridade e confidência. «Vale a pena ser pobre – exclamou a um certo ponto um dos três dirigindo-se ao Pontífice – porque podemos ser recebidos pelo Papa!».
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