Espiritualidade
A penitência pública ao longo da Quaresma caiu em desuso, mas ficou no espírito dos fiéis a necessidade de se prepararem ao longo de 40 dias de penitência para as festas pascais. Por sua vez, o catecumenado que, durante séculos, teve na Quaresma a fase de preparação próxima para os sacramentos da iniciação cristã na Vigília Pascal, também caiu em desuso (exceto entre as populações a quem o cristianismo era anunciado pela primeira vez), mas foi restaurado pelo Concílio Vaticano II (1962-1965), dado o número crescente de batismos de adultos.
© Frank Krahmer/Corbis
Assim, a “eleição” dos catecúmenos para a fase da “iluminação” passou a fazer-se no I Domingo da Quaresma, entrando os “eleitos” em ambiente de retiro, marcado nas últimas semanas pelos “escrutínios”, com as “tradições” (entregas) do Símbolo da Fé (Credo) e da Oração Dominical (Pai-nosso), que eles acabam por fazer seus, proclamando-os (reditio) nos últimos escrutínios.
Haja ou não catecúmenos, os fiéis de cada comunidade são convidados a viver a Quaresma em espírito catecumenal, preparando-se para a renovação das promessas do Batismo na Vigília Pascal. Fazem esta experiência recorrendo às tradicionais práticas do jejum, da esmola e da oração, entendendo-as num sentido amplo de ascese cristã (luta contra as más inclinações, seduções mundanas e tentações, e exercício das virtudes cristãs), de caridade fraterna (pela prática das obras de misericórdia) e de intimidade com Deus (escutando a palavra de Deus e dando-se às várias formas de oração).
(Dom Manuel Falcão In Enciclopédia Católica Popular, com SNPC )
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