Cidade do Vaticano (RV) - A Praça São Pedro viveu hoje uma das memoráveis audiências gerais das quartas-feiras, ocasião em que o Papa dirige sua catequese aos milhares de fiéis e peregrinos que – provenientes de várias partes do mundo – todas as semanas têm este habitual encontro com o Sucessor de Pedro.
Na data de hoje um motivo especial, a última audiência geral do Pontificado de Bento XVI.
Entre os mais de 150 mil presentes, o pregador da Casa Pontifícia, o frade capuchinho, Pe. Raniero Cantalamessa, a quem a Rádio Vaticano perguntou com quais sentimentos participou desta última audiência do Santo Padre:
Pe. Raniero Cantalamessa:- "Com os sentimentos de todos os outros fiéis católicos que vieram aqui para dar o adeus ao Papa, demonstrar-lhe seu afeto e acompanhá-lo também neste momento que somente ele e Deus sabem quanto deve ser íntimo e sofrido."RV: Como acolheu este gesto do Papa?
Pe. Raniero Cantalamessa:- "Acolhi este gesto com serenidade; muitas coisas já o faziam prever, por aquilo que escrevera e dissera em entrevistas, que esta seria a sua disposição no caso em que as forças não lhe fossem mais compatíveis. Creio que tenha dado um exemplo enorme de desapego do poder, porque parece ser muito mais fácil apegar-se do que desapegar-se do poder. Retornar à vida simples, contemplativa – como ele disse – é também uma lição para toda a Igreja. E nós precisamos de tempos de contemplação. E se o Papa sente essa necessidade, ele que trabalha para Cristo todo o tempo, creio que os outros deveriam muito mais sentir a necessidade de subir o Monte Tabor, como disse outro dia Bento XVI."RV: Qual é a recordação que o senhor tem da sua experiência de pregador pontifício?
Pe. Raniero Cantalamessa:- "Novamente, admiro a sua humildade, primeiro do Cardeal Ratzinger, que no seu período em Roma estava sempre em um dos primeiros assentos, nunca faltava. E, depois, também como Papa, sempre esteve presente. Isso nunca deixa de me impressionar, nestes 34 anos em que desempenho este ofício: que o Papa venha ouvir a pregação de um simples sacerdote."RV: Como acompanhar pastoralmente tantos fiéis que estão vivendo um momento também de desorientação?
Pe. Raniero Cantalamessa:- "Penso que esta desorientação poderia, ao invés, traduzir-se num momento de edificação da Igreja, mostrando – como o Papa nos recordou – que o verdadeiro cabeça da Igreja é Jesus Cristo, portanto, no sentido profundo a sé não está vancante! Porque Cristo está vivo, ressuscitou, é Ele quem guia a Igreja mediante todos os movimentos e as pessoas que se alternam."RV: Qual o balanço que o senhor faria deste Pontificado?
Pe. Raniero Cantalamessa:- "Creio que ninguém possa fazê-lo, assim imediatamente. O Pontificado é algo grande, que precisa de espaços para ser avaliado em seu verdadeiro sentido. E como este foi um Pontificado profundo, que se construiu a partir de idéias, de princípios, creio que as sementes germinarão."
Na data de hoje um motivo especial, a última audiência geral do Pontificado de Bento XVI.
Entre os mais de 150 mil presentes, o pregador da Casa Pontifícia, o frade capuchinho, Pe. Raniero Cantalamessa, a quem a Rádio Vaticano perguntou com quais sentimentos participou desta última audiência do Santo Padre:
Pe. Raniero Cantalamessa:- "Com os sentimentos de todos os outros fiéis católicos que vieram aqui para dar o adeus ao Papa, demonstrar-lhe seu afeto e acompanhá-lo também neste momento que somente ele e Deus sabem quanto deve ser íntimo e sofrido."RV: Como acolheu este gesto do Papa?
Pe. Raniero Cantalamessa:- "Acolhi este gesto com serenidade; muitas coisas já o faziam prever, por aquilo que escrevera e dissera em entrevistas, que esta seria a sua disposição no caso em que as forças não lhe fossem mais compatíveis. Creio que tenha dado um exemplo enorme de desapego do poder, porque parece ser muito mais fácil apegar-se do que desapegar-se do poder. Retornar à vida simples, contemplativa – como ele disse – é também uma lição para toda a Igreja. E nós precisamos de tempos de contemplação. E se o Papa sente essa necessidade, ele que trabalha para Cristo todo o tempo, creio que os outros deveriam muito mais sentir a necessidade de subir o Monte Tabor, como disse outro dia Bento XVI."RV: Qual é a recordação que o senhor tem da sua experiência de pregador pontifício?
Pe. Raniero Cantalamessa:- "Novamente, admiro a sua humildade, primeiro do Cardeal Ratzinger, que no seu período em Roma estava sempre em um dos primeiros assentos, nunca faltava. E, depois, também como Papa, sempre esteve presente. Isso nunca deixa de me impressionar, nestes 34 anos em que desempenho este ofício: que o Papa venha ouvir a pregação de um simples sacerdote."RV: Como acompanhar pastoralmente tantos fiéis que estão vivendo um momento também de desorientação?
Pe. Raniero Cantalamessa:- "Penso que esta desorientação poderia, ao invés, traduzir-se num momento de edificação da Igreja, mostrando – como o Papa nos recordou – que o verdadeiro cabeça da Igreja é Jesus Cristo, portanto, no sentido profundo a sé não está vancante! Porque Cristo está vivo, ressuscitou, é Ele quem guia a Igreja mediante todos os movimentos e as pessoas que se alternam."RV: Qual o balanço que o senhor faria deste Pontificado?
Pe. Raniero Cantalamessa:- "Creio que ninguém possa fazê-lo, assim imediatamente. O Pontificado é algo grande, que precisa de espaços para ser avaliado em seu verdadeiro sentido. E como este foi um Pontificado profundo, que se construiu a partir de idéias, de princípios, creio que as sementes germinarão."
RV: Qual seria, a seu ver, um aspecto de Bento XVI talvez pouco valorizado, pouco evidenciado, inclusive pela imprensa?
Pe. Raniero Cantalamessa:- "A imprensa ocupa-se somente daquilo que é exterior, daquilo que vê... talvez não tenha colhido a interioridade deste homem: a interioridade intelectual e espiritual que se expressa com discrição, sem tons fortes, que é típica, porém, de uma personalidade muito profunda."
O que dizer!
ResponderExcluirPra todos nós católicos fica um sentimento de tristeza, mas gostei da parte da entrevista que diz: "Penso que esta desorientação poderia, ao invés, traduzir-se num momento de edificação da Igreja, mostrando – como o Papa nos recordou – que o verdadeiro cabeça da Igreja é Jesus Cristo, portanto, no sentido profundo a sé não está vancante! Porque Cristo está vivo, ressuscitou, é Ele quem guia a Igreja mediante todos os movimentos e as pessoas que se alternam."Saber que Cristo está vivo e no meio de nós é uma certeza que nos acalenta,nos dá forças, mas mesmo assim diante dessa "falta" física do Papa, nos sentimos frágeis,tristes, não tem como ser diferente. Mas creio que é um momento forte para nós católicos refletirmos, repensarmos, e, retirarmos também em oração, principalmente na quaresma,pelo nosso querido Bento XVI, pela nossa Igreja, por todo o clero!
Que Deus na sua infinita bondade e misericórdia esteja com ele e com todos nós nos dando forças, sabedoria,serenidade para seguirmos nosso caminho, já entregando também a escolha do novo representante de Pedro para a nossa Igreja!
A paz de Jesus!