Cidade do Vaticano, (Zenit.org)
Às 10 horas desta manhã, na Sala do Consistório do Palácio Apostólico Vaticano, o Santo Padre Francisco recebeu os patriarcas das Igrejas orientais católicas e os arcebispos maiores.
Publicamos a seguir as palavras que o papa dirigiu aos presentes na reunião:
Beatitudes,
Eu os acolho com alegria e com espírito de fraternidade neste encontro, em que, pela primeira vez, tenho a oportunidade de conversar com os padres e com os líderes das Igrejas orientais católicas. Através dos seus rostos, eu vejo as suas Igrejas, e, antes de todo o mais, gostaria de lhe assegurar a minha proximidade e a minha oração pelo rebanho que o Senhor Jesus confiou a cada um de vocês. Invoco o Espírito Santo para nos sugerir aquilo que, juntos, devemos aprender e pôr em prática para servir com fidelidade ao Senhor, à sua Igreja e a toda a humanidade.
O nosso encontro me dá a oportunidade de renovar a grande estima pelo patrimônio espiritual do Oriente cristão. Recordo o que o amado papa Bento XVI afirma sobre a figura do chefe de uma Igreja na exortação pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente: vocês são, cito, "os guardiões vigilantes da comunhão e os servidores da unidade da Igreja" (nº 40). Esta unidade, que vocês são chamados a realizar nas suas Igrejas, em resposta ao dom do Espírito, encontra a sua expressão natural e plena na ''união inabalável com o Bispo de Roma" (ibid.), enraizada na comunhão eclesiástica, que vocês receberam juntamente com a sua eleição. Estar inseridos na comunhão de todo o Corpo de Cristo nos torna conscientes do dever de reforçar a união e a solidariedade no seio dos vários Sínodos patriarcais, "favorecendo sempre a consulta sobre questões de grande importância para a Igreja em vista de uma ação colegiada e unitária" (ibid.).
Para que o nosso testemunho seja credível, somos chamados a sempre buscar "a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência e a mansidão" (ibid., cf 1Tm 6,11); somos chamados a um estilo de vida sóbrio, à imagem de Cristo, que se despojou para nos enriquecer com a sua pobreza (cf. 2 Cor 8,9); ao zelo incansável e àquela caridade, ao mesmo tempo fraternal e paternal, que os bispos, sacerdotes e fiéis, especialmente os que vivem sozinhos e marginalizados, esperam de nós. Penso, acima de tudo, em nossos sacerdotes que necessitam de compreensão e de apoio, inclusive no âmbito pessoal. Eles têm direito ao nosso bom exemplo nas coisas concernentes a Deus, como em qualquer outra atividade eclesial. Exigem-nos transparência na gestão dos bens e solicitude para com todo tipo de fraqueza e necessidade. Tudo isso na mais convicta aplicação da autêntica práxis sinodal, que é característica das Igrejas do Oriente.
Com a ajuda de Deus e da Sua Mãe Santíssima, sabemos que podemos responder a este apelo. Por favor, orem por mim. E agora, de muito bom grado, fico à escuta do que vocês querem me comunicar e lhes expresso desde agora a minha gratidão.
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