Paróquia Santa Luzia

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20 de mai. de 2014

Vale refletir...


4 coisas que é melhor não dizer a quem está sofrendo



(foto de Vladimir Volodin / Shutterstock)

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Se você é como a maioria das pessoas, vai ser difícil saber o que fazer quando um amigo seu estiver sofrendo. E, para o seu amigo, provavelmente, vai ser difícil saber o que fazer com o sofrimento.
 
Este sofrimento pode ser a morte de um parente ou de um amigo, a perda do emprego, o fim do namoro ou apenas a sensação de que o universo esqueceu o calcanhar enfiado na sua cara já faz um bom tempo.
 
Muitas vezes, você apela para os clichês de sempre e os repete para si mesmo, tentando se animar ou convencer o universo a deixá-lo em paz. E os repete para os amigos, tentando fazer o mesmo por eles. Às vezes, os clichês são coisas em que poderíamos mesmo pensar, mas, muitas outras vezes, são apenas dispositivos para tentarmos fugir do que está acontecendo.
 
Acabei de ler um novo livro, “Invitation to Tears” [Convite às Lágrimas], de Jonalyn Fincher e Aubrie Hills. Jonalyn e Aubrie dão uma olhada agradável e diferente para a dor. Eles sugerem que aprender a experimentá-la é valioso: é um valor que a nossa cultura tem negligenciado e que nós fomos desaprendendo.
 
Acontece que lidar com o sofrimento e ajudar um amigo a fazer o mesmo, de acordo com os autores, implica evitar dizer coisas como estas:
 
1) Platitudes
 
"Pelo menos ela não está mais sofrendo"... "Ele está com Jesus"... "Tudo isso acontece por uma razão"...
 
"NÃO é por isso que eu estou chorando!", retrucou Jonalyn, após a morte da sogra. Essas platitudes podem ser particularmente ruins dentro da Igreja, um lugar para onde, supõe-se, as pessoas trazem os seus sofrimentos mais profundos em busca de esperança.
 
Dentro das muralhas de consolação da Igreja, nós fomos nos despojando, infelizmente, da linguagem da perda. O que Davi e os salmistas falavam fluentemente, nós desaprendemos. Não sabemos mais como nos sentar do lado de alguém que sofre sem tentar “arrumar” as coisas de forma boba.
 
Os autores nos sugerem reaprender a linguagem do sofrimento e, numa sacada sensacional, incluem listas inteiras de poemas, livros e filmes que giram em torno da tristeza e do luto; coisas que podem nos ajudar a reaprender essa linguagem.
 
2) “Considere tudo como um tipo de alegria”
 
Os cristãos ouvem muito isso. Certamente, algumas pessoas simplesmente precisam parar de reclamar e se lembrar de que nós é que fazemos parte da história de Deus, e não o contrário. Mas, diante da dor real, isso pode se tornar um mecanismo para fugirmos da culpa, especialmente quando dizemos isso para nós mesmos.
 
A vida é dura e é preciso encarar isso para enfrentar a dor. Os autores sugerem que ceder à dor é, de certa forma, saudável e importante.
 
Estar de luto significa fazer menos coisas exteriormente, para ter tempo de desabafar, escrever, fazer longas caminhadas, chorar, olhar para o espaço e pensar. Adotar, enfim, a prática nada ocidental de fazer menos para aprender mais. Não é à toa que não temos tempo para isso, em nossas sociedades aceleradas. O luto não é seguro nem eficiente para a nossa mentalidade focada em fazer coisas. Mas pode nos tornar mais humanos.
 
3) “Será que não é hora de você dar uma virada na vida?”
 
De vez em quando, alguém de fato precisa ouvir isso. Mas os autores do livro contrastam essa possibilidade com a tradição judaica da shivá, em que toda a comunidade se une em torno da pessoa que sofre para guiá-la no seu sofrimento. A comunidade age como um capitão, traçando um curso para o luto. Os autores sugerem que, para as pessoas que buscam conforto em meio à dor, alguém deve orientá-las com base na sua própria experiência de sofrimento, em vez de sugerir, justamente nessa hora, que ela “dê uma virada na vida”.

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