VATICANO, 28 Out.
- Para muitos o pai da teoria do Big Bang (a grande explosão), é o físico russo nacionalizado estadunidense, George Gamov; mas poucos sabem que anos antes esta teoria que busca explicar a origem do universo já tinha sido proposta pelo sacerdote jesuíta Georges Lemaître.
O Pe. Lemaître nasceu em Charleroi (Bélgica), em 1894. Era filho de um médico e já desde a sua infância se distinguiu por sua habilidade para as matemáticas e seu espírito curioso. Atração pelas ciências que enriquece com a sua vocação sacerdotal.
Graças aos seus estudos, na década de 1920 teve a intuição de que o universo tinha uma história e se encontrava em evolução; opondo-se assim à concepção de todos os cientistas da época, especialmente Albert Einstein.
Assim, em 1930 propôs um modelo de universo com o nome de universo Lemaître-Esinstein ou hipótese do átomo primitivo, que mais tarde foi conhecido como Big- Bang. Sua reflexão se baseou nos dados oferecidos pela observação dos espectros de certas galáxias recentemente descobertas.
Segundo o sacerdote, a história do universo se divide em três períodos.
O primeiro é chamado “a explosão do átomo primitivo” que segundo ele, faz cinco bilhões de anos existia um núcleo de matéria hiperdensa e instável que explodiu sob a forma de uma super-radioatividade. Esta explosão se propagou durante um bilhão de anos e os astrônomos percebem seus efeitos nos raios cósmicos e nas emissões X.
Depois vem o período de equilíbrio ou o universo estático de Einstein. Afirma que finalizada a explosão, estabelece-se um equilíbrio entre as forças de repulsão cósmicas na origem do acontecimento, e as forças de gravitação, durante esta fase de equilíbrio, que dura dois bilhões de anos, formam-se os nós e nascem as estrelas e galáxias.
Finalmente seguem os períodos de expansão, iniciados faz dois bilhões de anos. Afirma que o universo se encontra em expansão a uma velocidade de 170 km por segundo de maneira indefinida.
Sua teoria é rejeitada nos Estados Unidos, assim como o foi por Albert Einstein. O Pe. Lemaître, que nunca procurou honras nem reconhecimento, deixa seus trabalhos de cosmologia.
Anos depois, em 1948, Gamov propõe uma nova descrição do começo do universo; e embora seja considerado hoje como o pai da teoria do Big Bang, as linhas mestres estavam nitidamente presentes na cosmologia do Pe. Lemaître, que presidiu a Pontifícia Academia das Ciências em 1960. Finalmente, falece em 1966.
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