(Lc 13,31-35)
31Naquela hora, alguns fariseus aproximaram-se e disseram a Jesus: “Tu deves ir embora daqui, porque Herodes quer te matar”. 32Jesus disse: “Ide dizer a essa raposa: eu expulso demônios e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia terminarei o meu trabalho. 33Entretanto, preciso caminhar hoje, amanhã e depois de amanhã, porque não convém que um profeta morra fora de Jerusalém.
34Jerusalém, Jerusalém! Tu que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas tu não quiseste! 35Eis que vossa casa ficará abandonada. Eu vos digo: não me vereis mais, até que chegue o tempo em que vós mesmos direis: Bendito aquele que vem em nome do Senhor”.
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Comentário do dia: São João Paulo II (1920-2005), papa. Carta apostólica «Redemptionis anno», 20/04/1984
«Jerusalém […], quantas vezes Eu quis juntar os teus filhos»
Para além de monumentos célebres e esplêndidos, Jerusalém acolhe comunidades vivas de crentes cristãos, judeus e muçulmanos, cuja presença é um penhor e uma fonte de esperança para as nações que, em todas as partes do mundo, olham para a Cidade Santa como um patrimônio espiritual e um sinal de paz e de harmonia. Sim, enquanto pátria do coração de todos os descendentes espirituais de Abraão, que lhe votam um amor profundo, e enquanto local onde se encontram aos olhos da fé, da infinita transcendência de Deus e das coisas criadas, Jerusalém é um símbolo de encontro, de união e de paz para toda a família humana. A Cidade Santa encerra assim um firme convite à paz dirigido a toda a humanidade, e nomeadamente aos adoradores do Deus único e grande, Pai misericordioso dos povos. Infelizmente há que reconhecer que Jerusalém continua a ser motivo de persistente rivalidade, violência e reivindicações.
Esta situação e estas considerações trazem aos lábios as palavras do profeta: «Por amor de Sião não me calarei, por amor de Jerusalém não descansarei, até que a sua justiça brilhe como a aurora e a sua salvação como facho brilhante» (Is 62,1). Penso e espero com impaciência o dia em que todos sejamos verdadeiramente «instruídos por Deus» (Jo 6,45), para que escutemos a sua mensagem de reconciliação e de paz. Penso no dia em que os judeus, os cristãos e os muçulmanos possam trocar entre si, em Jerusalém, a saudação de paz que Jesus dirigiu aos discípulos após a sua ressurreição: «A paz esteja convosco» (Jo 20,19).
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Responsório (Sl 143)
— Bendito seja o Senhor, meu rochedo!
— Bendito seja o Senhor, meu rochedo, que adestrou minhas mãos para a luta, e os meus dedos treinou para a guerra!
— Ele é meu amor, meu refúgio, libertador, fortaleza e abrigo. É meu escudo: é nele que espero, ele submete as nações a meus pés.
— Um canto novo, meu Deus, vou cantar-vos, nas dez cordas da harpa louvar-vos, a vós que dais a vitória aos reis e salvais vosso servo Davi.
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