Paróquia Santa Luzia

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8 de fev. de 2015

5º Domingo do Tempo Comum - Ano B

Quinto Domingo do Tempo Comum

Que sentido têm o sofrimento e a dor que acompanham a caminhada do homem pela terra? Qual a "posição" de Deus face aos dramas que marcam a nossa existência? A liturgia do 5º Domingo Comum reflete sobre estas questões fundamentais. Garante-nos que o projeto de Deus para o homem não é um projeto de morte, mas é um projeto de vida verdadeira, de felicidade sem fim.

Na primeira leitura, um crente chamado Jó comenta, com amargura e desilusão, o fato de a sua vida estar marcada por um sofrimento atroz e de Deus parecer ausente e indiferente face ao desespero em que a sua existência decorre... Apesar disso, é a Deus que Jó se dirige, pois sabe que Deus é a sua única esperança e que fora dele não há possibilidade de salvação.

No Evangelho manifesta-se a eterna preocupação de Deus com a felicidade dos seus filhos. Na ação libertadora de Jesus em favor dos homens, começa a manifestar-se esse mundo novo sem sofrimento, sem opressão, sem exclusão que Deus sonhou para os homens. O texto sugere, ainda, que a ação de Jesus tem de ser continuada pelos seus discípulos.

A segunda leitura sublinha, especialmente, a obrigação que os discípulos de Jesus assumiram no sentido de testemunhar diante de todos os homens a proposta libertadora de Jesus. Na sua ação e no seu testemunho, os discípulos de Jesus não podem ser guiados por interesses pessoais, mas sim pelo amor a Deus, ao Evangelho e aos irmãos.



Evangelho (Mc 1,29-39)



Naquele tempo, 29Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, para a casa de Simão e André.

30A sogra de Simão estava de cama, com febre, e eles logo contaram a Jesus.

31E ele se aproximou, segurou sua mão e ajudou-a a levantar-se. Então, a febre desapareceu; e ela começou a servi-los.

32À tarde, depois do pôr do sol, levaram a Jesus todos os doentes e os possuídos pelo demônio. 33A cidade inteira se reuniu em frente da casa.

34Jesus curou muitas pessoas de diversas doenças e expulsou muitos demônios. E não deixava que os demônios falassem, pois sabiam quem ele era.

35De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto.

36Simão e seus companheiros foram à procura de Jesus. 37Quando o encontraram, disseram: “Todos estão te procurando”.

38Jesus respondeu: “Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim”.

39E andava por toda a Galileia, pregando em suas sinagogas e expulsando os demônios.


Comentário do dia: Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja. Sermão 176, 4

«Tomou-a pela mão e levantou-a»


Escreve o apóstolo Paulo: «E justamente […] alcancei a misericórdia, para que, em mim primeiramente, Cristo Jesus mostrasse toda a sua magnanimidade, como exemplo para aqueles que haviam de crer nele para a vida eterna» (1Tim 1,16). Querendo a todos dar o perdão, Ele escolheu um dos seus mais encarniçados inimigos para que ninguém, vendo-o curado, fosse tentado pela desesperança. 

Não é isto que fazem os médicos? Quando vêm estabelecer-se em locais onde ainda não são conhecidos, procuram tratar primeiro pessoas atingidas por doenças desesperadas, para assim conseguirem dar provas da sua qualidade, para tornarem famosa a sua competência. Cada um dirá então ao vizinho: «Vai a este médico; vai confiante, ele curou-me! […] Eu tinha a mesma doença que tu; passei pelos mesmos sofrimentos.» É o que diz Paulo a cada doente em perigo de desesperança: «Aquele que me curou envia-me a ti dizendo-me: “Vai ao encontro desse doente desesperado, fala-lhe da tua doença, informa-o sobre o mal de que te curei. […] Grita aos desesperados: ‘Eis uma palavra digna de fé e de toda a aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores’ (1Tim 1, 15).” Que tens a temer? Porque estremeces? Eu próprio “sou o primeiro dos pecadores”. E digo-to, eu que fui curado a ti que estás doente; eu que agora estou de pé, a ti que estás abatido; eu que estou hoje cheio de segurança, a ti que estás em desespero».

Não vos deixeis pois cair na aflição. Estais doentes? Vinde até Ele e sereis curados. Estais cegos? Vinde até Ele e sereis iluminados. […] Dizei todos : «Vinde, adoremos, prostremo-nos por terra diante dele; choremos diante do Senhor que nos criou» (Sl 94,6).


Responsório (Sl 146)

— Louvai a Deus, porque ele é bom e conforta os corações.


— Louvai o Senhor Deus, porque ele é bom,/ cantai ao nosso Deus, porque é suave:/ ele é digno de louvor, ele o merece!/ O Senhor reconstruiu Jerusalém,/ e os dispersos de Israel juntou de novo.

— Ele conforta os corações despedaçados,/ ele enfaixa suas feridas e as cura;/ fixa o número de todas as estrelas/ e chama a cada uma por seu nome.

— É grande e onipotente o nosso Deus,/ seu saber não tem medida nem limites./ O Senhor Deus é o amparo dos humildes,/ mas dobra até o chão os que são ímpios.

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