O que fazer diante da “síndrome do ninho vazio” ou quando a emancipação dos filhos é dolorosa
A emancipação dos filhos não precisa ser vista como um evento negativo ou com uma sensação de frustração. O tempo agora pode ser dedicado a curtir a vida de casal e aquelas atividades que foram adiadas ao longo da criação dos filhos.
Por que algo natural e previsível, como a partida dos filhos, acaba sendo traumática para os pais, que, ao invés de se sentirem satisfeitos diante do dever cumprido, acabam se sentindo sozinhos, vazios e desprogramados, como se seu projeto de vida tivesse chegado ao fim?
A denominação “síndrome do ninho vazio” se refere a um fenômeno recente que descreve essa realidade de pais solitários, com frequência ainda jovens, que veem seus filhos irem embora do lar e se encontram um frente ao outro como seres descartados pela vida.
Um problema ou uma oportunidade?
A resposta a esta inquietude não é simples. Cada família vive esta realidade de maneira diferente e, enquanto alguns casais enfrentam esta etapa como um período de maturidade e plenitude, outros sentem que é hora de recomeçar, porque o que foi construído até então parece ter ido por água abaixo.
Há aqueles que destroem o ninho e, com ele, a relação matrimonial, alegando que, com a partida dos filhos, a responsabilidade acabou e ficaram livres de ataduras que só eram toleradas para não atrapalhar a educação dos pequenos.
Um ponto de vista positivo: o casamento é uma realidade dinâmica. Começa com um período de ajustes, que vai construindo um estilo familiar e uma relação de casal cada vez mais madura e estável; depois chega a fase da educação dos filhos, que transforma o ninho de amor em um ambiente educativo.
Durante esse lapso que vai do casamento até a missão de ser pais, que continua com a chegada à idade adulta do primeiro filho, não são somente os filhos que amadurecem, mas também os pais, em aspectos como a relação esponsal, parental, o crescimento físico, psíquico, espiritual, profissional etc.
Dessa maneira, uma vez terminada a criação dos filhos, os esposos são pessoas melhores, profissionais melhores, amigos melhores, filhos de Deus melhores.
Com a partida dos filhos, começa uma nova etapa do dinamismo familiar, na qual se colhem frutos e se ganha tempo para curtir, como casal, muitas atividades que precisaram ser adiadas frente a tarefas mais importantes e urgentes do período anterior.
Um ponto de vista negativo: partindo dessa ótica, o amor dos esposos, realidade fundante e suporte básico da família, foi cedendo espaço para o amor filial que, com o passar dos anos, tornou-se o único, ainda que frágil, alicerce da união familiar.
Aqui, tanto a mãe quanto o pai acabam vendo no filho a máxima aspiração do seu projeto matrimonial, e seu amor a ele como o mais perfeito e desinteressado amor humano – em detrimento da relação de casal.
É principalmente neste tipo de família que a emancipação dos filhos é vista de forma negativa, porque ela parece deixar um vazio de validez e motivação nos esposos, que, a essa altura, acaba se vendo como sócios de uma empresa que os distraiu desse outro fim matrimonial, esquecido ou pelo menos imperfeitamente assumido: a ajuda e o crescimento mútuo.
O ninho vazio não é a etapa final no ciclo natural da família. Muito pelo contrário: é o início de uma nova fase, na qual um amor maduro permite uma convivência conjugal serena, cheia de esperança e enriquecida pela gratidão de filhos que continuarão se nutrindo indefinidamente do amor dos seus pais.
sources: LAFAMILIA.INFO
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