“Foi Deus me disse”. Assim, Joseph Ratzinger explicou a decisão de renunciar ao pontificado, a 11 de fevereiro, de acordo com a publicação católica “Zenit”. Apesar da vida de clausura, o Papa Emérito dá esporadicamente algumas entrevistas no convento Mater Ecclesiae onde vive atualmente, nos Jardins do Vaticano. Numa dessas ocasiões, explicou pela primeira vez por que renunciou à liderança da Igreja Católica e acrescentou:
- Quanto mais vejo o carisma de Francisco, mais entendo a vontade divina - afirmou.
No artigo assinado por Salvatori Cernuzio, Bento XVI explicou que não houve qualquer tipo de aparição ou fenômenos semelhantes, mas sim uma “experiência mística”, na qual o Senhor fez nascer nele o “desejo absoluto” de permanecer recolhido em oração a sós com Ele. Uma experiência que terá ocorrido durante meses, como relata uma fonte que prefere permanecer no anonimato.
Como já havia antecipado no discurso de renúncia, o Papa Emérito reiterou que não se tratou de uma fuga do mundo, mas sim de um “refugiar-se em Deus”.
O Papa Emérito revelou que quanto mais observa o “carisma” do seu sucessor Francisco, melhor compreende quanto esta sua opção corresponde à vontade de Deus. Durante estes breves encontros mantém a reserva que o sempre caracterizou evitando reflexões que possam ser interpretadas como “declarações de um outro Papa”.
A entrevista foi realizada no passado domingo, quando Bento XVI fez uma breve visita a Castelgandolfo, acompanhado pelas quatro laicas consagradas memores domini: Loredana, Carmela, Cristina e Manuela, que cuidaram do apartamento e da Capela durante os anos de pontificado e que continuam a fazê-lo após a renúncia.
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