Naquele tempo, 31Jesus disse aos judeus que nele tinham acreditado: “Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, 32e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
33Responderam eles: “Somos descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos de ninguém. Como podes dizer: ‘Vós vos tornareis livres’?”
34Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. 35O escravo não permanece para sempre numa família, mas o filho permanece nela para sempre. 36Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres. 37Bem sei que sois descendentes de Abraão; no entanto, procurais matar-me, porque a minha palavra não é acolhida por vós. 38Eu falo o que vi junto do Pai; e vós fazeis o que ouvistes do vosso pai”.
39Eles responderam então: “Nosso pai é Abraão”. Disse-lhes Jesus: “Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão! 40Mas agora, vós procurais matar-me, a mim, que vos falei a verdade que ouvi de Deus. Isto, Abraão não o fez. 41Vós fazeis as obras do vosso pai”.
Disseram-lhe, então: “Nós não nascemos do adultério, temos um só pai: Deus”. 42Respondeu-lhes Jesus: “Se Deus fosse vosso Pai, certamente me amaríeis, porque de Deus é que eu saí, e vim. Não vim por mim mesmo, mas foi ele que me enviou”.
Comentário do dia: Santo André de Creta (660-740), monge, bispo. Grande Cânone da liturgia ortodoxa para a quaresma, 4ª ode
«Vós pretendeis matar-Me»
Acorda, minha alma, exprime as tuas obras,
Que elas repassem diante dos teus olhos
E que deles brotem lágrimas.
Revela a Cristo os teus actos e pensamentos,
E serás justificada.
Tem piedade de mim, meu Deus, tem piedade de mim.
Na cruz, ó Verbo, Palavra de Deus, ofereceste por todos
O teu corpo e o teu sangue;
O teu corpo para recriar o meu,
O teu sangue para me lavar.
Cristo, entregaste o teu espírito
Para me levares ao teu Pai (cf Lc 23,46).
Foi ao coração desta terra que o seu Criador veio para nos salvar.
Quis ser pregado na árvore das dores
E deste modo o paraíso perdido foi reencontrado (cf Lc 23,43).
É por isso que és adorado pelo céu e pela terra,
Por toda a criação,
Pela multidão dos resgatados vindos de todas as nações.
Que o sangue e a água que jorraram
Do teu lado trespassado (cf Jo 19,34)
Sejam para mim um banho baptismal,
Uma bebida redentora.
E assim, ungido pelas tuas palavras de vida como por um perfume,
E recebendo-as como bebida,
Ficarei duplamente purificado, ó Verbo, Palavra de Deus.
A Igreja é o cálice que recebe
O jorro vivificante do teu lado,
Fluxo duplo e único de conhecimento e perdão,
Imagem dos Testamentos, o Antigo e o Novo,
Reunidos num só.
Tem piedade de mim, meu Deus, tem piedade de mim.
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Responsório (Dn 3,52-56)
— A vós louvor, honra e glória eternamente!
— Sede bendito, Senhor Deus de nossos pais. A vós louvor, honra e glória eternamente! Sede bendito, nome santo e glorioso. A vós louvor, honra e glória eternamente!
— No templo santo onde refulge a vossa glória. A vós louvor, honra e glória eternamente! E em vosso trono de poder vitorioso. A vós louvor, honra e glória eternamente!
— Sede bendito, que sondais as profundezas. A vós louvor, honra e glória eternamente! E superior aos querubins vos assentais. A vós louvor, honra e glória eternamente!
— Sede bendito no celeste firmamento. A vós louvor, honra e glória eternamente!
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