Evangelho (Jo 2,13-22)
13Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém. 14No Templo, encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas e os cambistas que estavam aí sentados. 15Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. 16E disse aos que vendiam pombas: “Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!” 17Seus discípulos lembraram-se, mais tarde, que a Escritura diz: “O zelo por tua casa me consumirá”. 18Então os judeus perguntaram a Jesus: “Que sinal nos mostras para agir assim?” 19Ele respondeu: “Destruí este Templo, e em três dias o levantarei”. 20Os Judeus disseram: “Quarenta e seis anos foram precisos para a construção deste santuário e tu o levantarás em três dias?” 21Mas Jesus estava falando do Templo do seu corpo. 22Quando Jesus ressuscitou, os discípulos lembraram-se do que ele tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra dele
Comentário do dia: Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Homilias sobre o livro de Josué, n°9, 1-2; PG 12, 871-872 (trad. Breviário)
Ser uma pedra viva
Todos nós que acreditamos em Jesus Cristo somos chamados «pedras vivas», segundo as palavras das Escrituras: «vós, como pedras vivas, entrais na construção de um edifício espiritual, em função de um sacerdócio santo, cujo fim é oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus, por Jesus Cristo» (1Pd 2,5).
Ora, quando se trata de pedras terrenas, sabemos que se colocam nos alicerces as mais sólidas e fortes, para que se lhes possa confiar a sobrepor todo o peso do edifício; da mesma maneira, deve entender-se que também de entre as pedras vivas algumas estão colocadas nos alicerces deste edifício espiritual. Quais são essas pedras que estão colocadas nos alicerces? Os apóstolos e os profetas. É o que ensina Paulo, quando diz: «edificados sobre o alicerce dos apóstolos e dos profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus» (Ef 2,20).
Para te adaptares mais eficazmente, ó ouvinte, à construção deste edifício, para seres uma das pedras mais próximas do alicerce, repara que o próprio Cristo é o alicerce deste edifício que estamos a descrever. Assim se exprime o apóstolo Paulo: «ninguém pode pôr um alicerce diferente do que já foi posto: Jesus Cristo» (1Cor 3,11). Felizes, portanto, aqueles que vão construindo edifícios religiosos e santos sobre tão nobre fundamento.
Responsório (Sl 45)
— Os braços de um rio vêm trazer alegria à Cidade de Deus, à morada do Altíssimo.
— O Senhor para nós é refúgio e vigor, sempre pronto, mostrou-se um socorro na angústia; assim não tememos, se a terra estremece, se os montes desabam, caindo nos mares.
— Os braços de um rio vêm trazer alegria à Cidade de Deus, à morada do Altíssimo. Quem a pode abalar? Deus está no seu meio! Já bem antes da aurora, ele vem ajudá-la.
— Conosco está o Senhor do universo! O nosso refúgio é o Deus de Jacó. Vinde ver, contemplai os prodígios de Deus e a obra estupenda que fez no universo: reprime as guerras na face da terra.
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