(Jo 3,14-21)
Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: 14“Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, 15para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. 16Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna.
17De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele.
18Quem nele crê, não é condenado, mas, quem não crê, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito.
19Ora, o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más.
20Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. 21Mas, quem age conforme a verdade, aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus.
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Comentário do dia: Teodoro de Mopsuesto (?-428), bispo, teólogo. Comentário de João; CSCO 115,116
«Tanto amou Deus o mundo»
O Senhor Jesus diz: «Que a cruz não vos assuste e não vos faça duvidar das palavras que vos digo.» A serpente erguida por Moisés no deserto era eficaz pelo poder daquele que ordenou que fosse levantada. […] É assim que o Senhor carrega o destino dos homens e sofre as dores da cruz mas, graças ao poder que tem, torna dignos da vida eterna aqueles que nele acreditam. No tempo de Moisés, a serpente de cobre, sem ter vida, graças ao poder de outrem, livrava da morte aqueles que morreriam com as mordidelas venenosas se não olhassem para ela. Da mesma forma Jesus, apesar da sua aparência mortal e dos seus sofrimentos, dá a vida aos que creem nele, graças ao poder que tem.
Jesus continua: «Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna.» Também isso era um sinal do amor de Deus, disse. […] Como pode Ele dizer: «Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito»? É evidente que a divindade não pode sofrer. Contudo, devido à união da humanidade de Jesus com a sua divindade, elas formam uma unidade. Por isso, embora só o homem sofra, tudo o que toca a sua humanidade é atribuído também à sua divindade. […]
Para mostrar a grandeza da Paixão, São Paulo diz: «Se O tivessem conhecido, não teriam crucificado o Senhor da glória» (1Cor 2,8). Ao dar esse título a Jesus, quer revelar a grandeza da Paixão; do mesmo modo, para mostrar a riqueza do seu amor através dos sofrimentos que suportou, Nosso Senhor diz: «Deus deu o seu Filho único.»
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Responsório (Sl 136)
— Que se prenda a minha língua ao céu da boca, / se de ti, Jerusalém, eu me esquecer!
— Junto aos rios da Babilônia / nos sentávamos chorando, / com saudades de Sião. / Nos salgueiros por ali / penduramos nossas harpas.
— Pois foi lá que os opressores / nos pediram nossos cânticos; / nossos guardas exigiam / alegria na tristeza: / “Cantai hoje para nós / algum canto de Sião!”
— Como havemos de cantar / os cantares do Senhor / numa terra estrangeira? / Se de ti, Jerusalém, / algum dia eu me esquecer, / que resseque a minha mão!
— Que se cole a minha língua / e se prenda ao céu da boca, / se de ti não me lembrar! / Se não for Jerusalém / minha grande alegria!
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