(Mc 4,26-34)
Naquele tempo, 26Jesus disse à multidão: “O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. 27Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. 28A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. 29Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou”.
30E Jesus continuou: “Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus? Que parábola usaremos para representá-lo? 31O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. 32Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra”.
33Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. 34E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo.
Comentário do dia: São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja. Sermão 98, 1-2; CCL 24A, 602
«Mas, uma vez semeado, cresce e ultrapassa todas as plantas do horto»
Irmãos, ouvistes que o Reino dos céus, em toda a sua grandeza, é parecido a um grão de mostarda. [...] É apenas isto que os crentes esperam? É isto que os fiéis aguardam? [...] É isto «que o olho não viu, nem o ouvido ouviu, nem jamais veio ao coração do homem»? É isto que o apóstolo Paulo promete e que está reservado, no mistério inexprimível da salvação, àqueles que amam? (1Cor 2,9) Não nos deixemos desconcertar pelas palavras do Senhor. Se, de facto, «a fraqueza de Deus é mais forte do que o homem, e a loucura de Deus é mais sábia do que o homem» (1Cor 1,25), essa pequena coisa que é o bem de Deus é mais esplêndida do que a imensidão do mundo.
Possamos nós semear no nosso coração esta semente de mostarda, de modo que ela venha a ser a grande árvore do conhecimento (Gn 2,9), elevando-se em toda a sua altura para elevar os nossos pensamentos para o céu, e desenvolvendo todos os ramos da inteligência. [...]
Cristo é o Reino. Como se fosse um grão de mostarda, Ele foi lançado num jardim, o corpo da Virgem. Cresceu e tornou-Se a árvore da cruz que cobre a terra inteira. Depois de ter sido esmagado pela Paixão, o seu fruto produziu sabor suficiente para dar o seu bom gosto e o seu aroma a todos os seres vivos que nele tocam. Pois, enquanto a semente de mostarda está intacta, as suas virtudes permanecem ocultas, mas desenvolvem toda a sua pujança quando a semente é esmagada. Da mesma forma, Cristo quis que o seu corpo fosse esmagado para que a sua força não ficasse oculta. [...] Cristo é Rei, porque é a fonte de toda a autoridade. Cristo é o Reino, pois nele está toda a glória do seu reino.
Responsório (Sl 91)
— Como é bom agradecermos ao Senhor!
— Como é bom agradecermos ao Senhor/ e cantar salmos de louvor/ ao Deus altíssimo!/ Anunciar pela manhã vossa bondade,/ e o vosso amor fiel,/ a noite inteira.
— O justo crescerá como a palmeira,/ florirá igual ao cedro que há no Líbano;/ na casa do Senhor estão plantados,/ nos átrios de meu Deus florescerão.
— Mesmo no tempo da velhice darão frutos,/ cheios de seiva/ e de folhas verdejantes; e dirão:/ “É justo mesmo o Senhor Deus:/ meu rochedo,/ não existe nele o mal!”
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