Paróquia Santa Luzia

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14 de mai. de 2012

O que a Igreja diz sobre a doação de órgãos?

Doação de órgãos e tecidos
 
A transplantação de órgãos é moralmente aceitável com o consentimento do doador e sem riscos excessivos para ele. Para o ato nobre da doação de órgãos depois da morte, deve acertar-se plenamente a morte real do doador. (Catecismo da Igreja Católica. 476)
 

No dia 29 de agosto do ano 2000 o papa João Paulo II foi convidado para falar aos participantes do 18º Congresso Internacional sobre Transplantes. Ali, diante das mais diversas “autoridades” no assunto o papa fez valer sua autoridade moral para refletir sobre este tema.

De onde a Igreja parte para se pronunciar sobre esta “complexa e delicada temática dos transplantes”? Parte justamente do pressuposto de que a vida do ser humano deve ser sempre preservada em sua integridade, tendo por base os critérios do Evangelho. “Eu vim para que todos tenham vida e tenham em abundância” (Jo 10, 10). A vida, de fato, é o bem mais precioso que o Divino Criador nos deu e deve ser cuidada em todos os seus aspectos. E isso inclui os aspectos espirituais e físicos.


A doação de órgãos e tecidos, desde que feita obedecendo critérios éticos é, não apenas moralmente aceita, como também recomendada. É sempre um gesto de doação e entrega e, lembra o João Paulo II, “merece particular apreço a doação de órgãos feita, segundo formas eticamente aceitáveis, para oferecer uma possibilidade de saúde e até de vida a doentes, por vezes já sem esperança”.


Ao se deparar com este tema o cristão é chamado a se posicionar a luz dos princípios do Evangelho e da Igreja. Naquele Congresso, realizado em Roma, o papa chama a atenção do mundo para o fato de que, “...como se verifica em qualquer conquista humana, também este setor especial da ciência médica, apesar de oferecer toda a esperança de saúde e de vida a muitos, não deixa de apresentar alguns pontos críticos, que requerem ser examinados”. Entre as preocupações trazidas destacam-se: a questão de como a ciência “enxerga” o corpo humano que, afinal, não pode ser considerado apenas como um conjunto de tecidos, órgãos e funções... Ele é parte constitutiva da pessoa... ". ( Donum Vitae. Congregação para a Doutrina da Fé). Há ainda questões éticas como a apressar a constatação da morte cerebral de pacientes para satisfazer, não poucas vezes a interesses econômicos. Além, é claro do famigerado comércio de órgãos.


Enfim, como em todos os campos, é preciso acreditar no ser humano e promover a vida tão querida por Deus. Num mundo programado para os que são “espertos”, o cristão não pode deixar de dar sua contribuição, sem abrir mão da consciência crítica, própria do profeta. Afinal “a doação de órgãos é uma forma peculiar de testemunho da caridade. Numa época como a nossa, com frequência marcada por diversas formas de egoísmo, torna-se cada vez mais urgente compreender quanto é determinante para uma correta concepção da vida, entrar na lógica da gratuidade." (Bento XVI. Aos Participantes do Congresso Internacional sobre doação de órgãos. 7 de novembro de 2008).

Para ilustrar, partilho esta história que li:
"Faz muitos anos, quando trabalhava como voluntário no Hospital de Stanford, conheci uma menininha chamada Liz que sofria de uma estranha enfermidade. Sua única chance de recuperar-se aparentemente era uma transfusão de sangue do seu irmão de cinco anos, que havia sobrevivido milagrosamente da mesma enfermidade e havia desenvolvido anticorpos necessários para combater a enfermidade. O doutor explicou ao menino a situação da sua irmã e lhe perguntou se estaria disposto a doar seu sangue à sua irmã... Eu o vi duvidar por um momento antes de dar um grande suspiro e dizer: 'Sim... eu o darei, se isto salvar a Liz'. Enquanto a transfusão continuava, ele permanecia recostado em uma cama junto a da sua irmã, sorrindo, enquanto nós assistíamos a ele e sua irmã, vendo retornar a cor à face da menina e a do menino se empalidecer... Então, seu sorriso desapareceu... Ele olhou bem para o doutor e perguntou, com voz temerosa: 'Doutor, a que horas começarei a morrer?' ...Por ser menino, ele não havia compreendido o doutor... pensava que ele daria todo o seu sangue à sua irmã... E mesmo assim, o dava..."

Pe Elenivaldo Manoel dos Santos.
Adm. Paroquial da Paróquia Santa Luzia, Novo Horizonte, Goiânia.

2 comentários:

  1. Que lindo! Como as crianças nos ensinam! Sei que não é tão fácil a aceitação para se doar órgãos,até mesmo quando se trata de alguém a quem amamos muito, porém quando a igreja esclarece e orienta torna-se compreensível e faz com que a gente quebre a resistência e passamos a olhar como um ato de amor, pois se Jesus doou tudo de si por nós, o que fizermos será um cumprimento do mandamento!A paz de Jesus, boa semana, meu padrecito!

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  2. A "vida" e o bem mais precioso,
    e tem que ser bem cuidada em
    qualquer Circustância.
    Doação de orgãos é um ato de
    amor e carinho com o próximo.
    Jesus se doou por inteiro por
    cada um de nós.
    COM UM GESTO DE AMOR
    PODEMOS SALVAR UMA VIDA.

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