ROSA MÍSTICA
MARIA CONSERVAVA todas estas
coisas, meditando-as no seu coração. E a
sua mãe conservava todas estas coisas no seu coração. Por duas vezes o Evangelista se refere a esta
atitude de Maria diante dos acontecimentos: uma na noite de Belém, e a outra em
Nazaré, ao regressar de Jerusalém depois de encontrar Jesus no Templo. A
insistência do Evangelista parece um eco da repetida reflexão de Maria, que deve
tê-la confidenciado aos Apóstolos depois da Ascensão de Jesus aos céus.
A Virgem conservava e meditava. Sabia recolher-se interiormente,
guardava e avaliava na sua intimidade, isto é, tornava tema da sua oração os
grandes e pequenos acontecimentos da sua vida. Esta oração contínua de Maria é
como o aroma da rosa “que se eleva constantemente para Deus. Essa elevação nunca
cessa, tem um frescor primaveril; é sempre jubilosamente nova e virginal. Se a
brisa das nossas orações ou os ventos tempestuosos deste mundo passam por Ela e
a tocam, o perfume da sua oração eleva-se então em tons mais fortes e
perceptíveis; Maria converte-se em intercessora, incluindo a nossa oração na sua
para apresentá-la ao Pai em Jesus Cristo, seu Filho”.
Quando estava nesta terra, a Virgem não fazia nada que não fosse
por referência ao seu Filho: cada vez que falava com Jesus, e quando o fitava,
quando lhe sorria ou pensava nEle, orava, pois a oração é isso: é falar com
Deus.
Em Caná da Galiléia, nas bodas daqueles parentes ou amigos,
ensina-nos com que delicadeza e insistência devemos pedir. “Apesar de ser a Mãe
de Jesus, de o ter embalado nos seus braços, Maria abstém-se de lhe indicar o
que pode fazer. Expõe a necessidade e deixa o resto ao critério do Filho, na
certeza de que a solução que Ele der ao problema, seja qual for e em que sentido
for, será a melhor, a mais conveniente. Deixa a mais ampla liberdade ao Senhor,
para que faça a sua vontade sem compromissos nem violências. Mas isso porque
estava certa de que a vontade do Filho era o que de mais perfeito se podia fazer
e o que deveras resolvia a questão. Não tolhe os movimentos do seu Filho, antes
confia na sua sabedoria, no seu conhecimento superior, na sua visão mais ampla e
profunda das circunstâncias que Ela provavelmente desconhecia. Nossa Senhora nem
sequer considerou se Jesus acharia conveniente ou não intervir: expõe o que
sucede e abandona-o nas suas mãos. É que a fé compromete o Senhor muito mais do
que os argumentos mais sagazes e contundentes” ( F. Suaréz, A Virgem Nossa Senhora).
Ao pé da Cruz, a Virgem anima-nos a estar sempre junto de Jesus,
em oração silenciosa, nos momentos mais duros da vida. E a última notícia que
dEla nos dá o Evangelho no-la retrata entre os Apóstolos, orando com eles, à espera da chegada do Espírito Santo.
“O Santo Evangelho facilita-nos brevemente o caminho para
entendermos o exemplo da nossa Mãe: Maria conservava todas estas coisas
dentro de si, ponderando-as no seu coração (Lc 2, 19). Procuremos nós
imitá-la, conversando com o Senhor, num diálogo enamorado, de tudo o que se
passa conosco, até dos acontecimentos mais triviais. Não esqueçamos que temos de
pesá-los, avaliá-los, vê-los com olhos de fé, para descobrir a Vontade de
Deus”. É a isso que nos deve levar a nossa
meditação diária: a identificar-nos plenamente com Jesus, a dar um conteúdo
divino aos pequenos acontecimentos diários.
(Extraído do site "Falar com Deus". F. Fernandez Carvajal)
Quinto Dia
- Oh! Maria amabilíssima, que fostes
aquele jardim fechado e aquele paraíso de delícias, onde nem sequer por um
instante pôde entrar a insidiosa serpente, fazei com que em nosso coração jamais
tenha entrada o inimigo das nossas almas.
Ave-Maria e Glória ao Pai
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