PORTA DO CÉU
“Ave, estrela do mar, / Mãe
santa de Deus, / e sempre Virgem, / feliz porta do Céu”.
Ianua caeli, (Porta do Céu), assim a temos invocado tantas
vezes na ladainha do terço. Maria é a entrada e o acesso a Deus, é a Porta
oriental do Templo de que fala o Profeta,
porque por Ela chegou-nos Jesus, o Sol da justiça. E é, ao mesmo tempo, “a porta
dourada do Céu pela qual confiamos entrar um dia no descanso da eterna
bem-aventurança”. Por meio de Maria, sempre
encontramos Jesus.
Às vezes, os homens percorrem mil caminhos extraviados,
procurando a Deus com nostalgia; tentam chegar até Ele à força de braçadas, de
complicadas especulações, e esquecem essa entrada simples que é Maria, “que nos
conduz ao interior do Céu da convivência com Deus”.
Conta-se de frei Leão, um leigo que acompanhava sempre São
Francisco de Assis, que, depois da morte do Santo, depositava todos os dias
sobre o seu túmulo um punhado de ervas e flores e meditava sobre as verdades
eternas. Certo dia, adormeceu e teve uma visão do dia do Juízo. Viu que se abria
uma janela no Céu e aparecia Jesus, o amável Juiz, acompanhado de São Francisco.
Fizeram descer uma escada vermelha, que tinha os degraus muito espaçados, de tal
maneira que era impossível subir por ela. Todos tentavam e pouquíssimos
conseguiam subir. Ao cabo de um certo tempo, e como subisse da terra um grande
clamor, abriu-se outra janela, à qual apareceram novamente Jesus e São
Francisco, mas com a Virgem ao lado do Senhor. Lançaram outra escada, mas esta
era branca e tinha os degraus mais juntos. E todos, com imensa alegria, iam
subindo. Quando alguém se sentia especialmente fraco, Santa Maria animava-o
chamando-o pelo nome e enviando algum dos anjos que a serviam para que o
ajudasse. E assim todos foram subindo, um atrás do outro. Não deixa de ser uma lenda piedosa, que no entanto
nos ensina uma verdade essencial e consoladora, conhecida desde sempre pelo povo
cristão: com a Virgem, a santidade e a salvação tornam-se mais fáceis. Sem a
Virgem, tudo se torna não só mais difícil, como talvez impossível, pois Deus
quis que Ela fosse “a dispensadora de todos os tesouros que Jesus conquistou com
o seu Sangue e a sua Morte”.
A Virgem não é apenas a porta do Céu – Ianua caeli –, mas
também uma ajuda poderosíssima para que o alcancemos. Pois, “assunta aos céus,
não abandonou esta missão salvífica, mas pela sua múltipla intercessão continua
a granjear-nos os dons da salvação eterna. Pela sua maternal caridade, cuida dos
irmãos do seu Filho que ainda peregrinam rodeados de perigos e dificuldades, até
que sejam conduzidos à Pátria bem-aventurada. Por isso, a Santíssima Virgem
Maria é invocada na Igreja sob os títulos de Advogada, Auxiliadora, Socorro,
Medianeira”.
Por vontade divina, a Santíssima Virgem é a Medianeira perante o
Mediador, a quem está subordinada, como ensina São Bernardo. Todas as graças nos chegam através das mãos de
Maria, de tal maneira que, como afirmam muitos teólogos, Cristo não nos concede
nada a não ser por meio de Nossa Senhora. E Ela está sempre disposta a
conceder-nos tudo o que lhe queiramos pedir e possa ser útil à nossa salvação.
Oxalá os nossos pedidos não sejam tímidos durante esta Novena.
Oitavo Dia
Oh! Maria, lírio dos vales, lírio
nascido entre espinhos sem sofrer sua picada ou a mais leve mancha ao vosso
candor, ah!, concedei-nos o dom da pureza, à qual é prometida a visão de Deus.
Ave-Maria e Glória ao Pai
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