MÃE AMÁVEL
A VIRGEM CONVERTEU-SE em Mãe de
todos os homens no momento em que consentiu livremente em ser Mãe de Jesus, o
primogênito entre muitos irmãos. Esta maternidade de Maria é superior à
maternidade natural humana, pois ao dar à luz
corporalmente o seu Filho, Jesus Cristo, Cabeça do Corpo Místico que é a Igreja,
gerou espiritualmente todos os seus membros: “Ela é verdadeiramente – afirma o
Concílio Vaticano II – Mãe dos membros de Cristo [...] porque cooperou pela
caridade para que nascessem na Igreja os fiéis que são os membros desta
Cabeça”.
Quando Jesus foi pregado na Cruz, estavam junto dEle Maria, sua
Mãe, São João, o discípulo amado, e algumas santas mulheres. O Senhor
dirigiu então à sua Mãe essas palavras que tiveram e terão tanta transcendência
na vida de todos os homens, de cada um de nós: Mulher – disse à Virgem –,
eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí a tua Mãe.
Impressiona-nos ver Cristo esquecido de si: dos seus
sofrimentos, da sua solidão. Comove-nos o seu imenso amor à sua Mãe: não quer
que fique só; vê a dor de Maria e assume-a dentro do seu Coração, para
oferecê-la também ao Pai pela redenção dos homens. Comove-nos o gesto de Jesus
para com todos os homens – bons e maus, mesmo os endurecidos pelo pecado –
representados em João. Dá-nos a sua Mãe como Mãe nossa; olha para cada um de nós
e diz-nos: Eis aí a tua Mãe, cuida bem dela, recorre a Ela, aproveita
esse dom inefável.
Nesses momentos em que Jesus consumava a sua obra redentora,
Maria uniu-se intimamente ao seu sacrifício por uma cooperação mais direta e
mais profunda na obra da nossa salvação. A maternidade espiritual da Santíssima
Virgem foi confirmada pelo próprio Cristo na Cruz.
Eis aí o teu filho. “Esse foi o segundo Natal. Maria
tinha dado à luz o seu Filho primogênito sem dor alguma na gruta de Belém; agora
dá à luz o seu segundo filho, João, no meio das dores da Cruz. Nesse momento,
Maria sofre as dores do parto, não apenas por João, seu segundo filho, mas pelos
milhões de outros filhos seus que a chamariam Mãe ao longo dos tempos.
Agora compreendemos por que o Evangelista chamou a Jesus filho
primogênito de Maria, não porque Ela viesse a ter outros filhos da sua
carne, mas porque geraria muitos outros com o sangue do seu coração”, com uma dor redentora, cheia de frutos, pois estava
unida ao sacrifício do seu Filho. Compreendemos bem que a maternidade de Maria
em relação a nós, sendo de uma ordem diversa, seja superior à maternidade das
mães na terra, pois Ela nos gera para uma vida sobrenatural e eterna.
Eis aí o teu filho. Estas palavras produziram na alma da
Virgem um aumento de caridade, de amor materno por nós; e no coração de João, um
amor filial profundo e cheio de respeito pela Mãe de Deus. Este é o fundamento
da nossa devoção à Virgem.
Podemos perguntar-nos neste dia da Novena qual é o lugar que a
Virgem ocupa na nossa vida. Temos sabido acolhê-la como João? Chamamo-la muitas
vezes Mãe, minha Mãe...? Tratamo-la bem?
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