Naquele tempo, 1Jesus começou a falar aos sumos sacerdotes, mestres da Lei e anciãos, usando parábolas: “Um homem plantou uma vinha, cercou-a, fez um lagar e construiu uma torre de guarda. Depois arrendou a vinha a alguns agricultores, e viajou para longe. 2Na época da colheita, ele mandou um empregado aos agricultores para receber a sua parte dos frutos da vinha.
3Mas os agricultores pegaram no empregado, bateram nele, e o mandaram de volta sem nada. 4Então o dono da vinha mandou de novo mais um empregado. Os agricultores bateram na cabeça dele e o insultaram. 5Então o dono mandou ainda mais outro, e eles o mataram. Trataram da mesma maneira muitos outros, batendo em uns e matando outros. 6Restava-lhe ainda alguém: seu filho querido. Por último, ele mandou o filho até aos agricultores, pensando: ‘Eles respeitarão meu filho’. 7Mas aqueles agricultores disseram uns aos outros: ‘Esse é o herdeiro. Vamos matá-lo, e a herança será nossa. 8Então agarraram o filho, o mataram, e o jogaram fora da vinha. 9Que fará o dono da vinha? Ele virá, destruirá os agricultores, e entregará a vinha a outros. 10Por acaso, não lestes na Escritura: ‘A pedra que os construtores deixaram de lado, tornou-se a pedra mais importante; 11isso foi feito pelo Senhor e é admirável aos nossos olhos’?”
12Então os chefes dos judeus procuraram prender Jesus, pois compreenderam que havia contado a parábola para eles. Porém, ficaram com medo da multidão e, por isso, deixaram Jesus e foram-se embora.
Comentário do dia São Basílio (c. 330-379), monge, bispo de Cesareia da Capadócia, doutor da Igreja. Regras monásticas, Regras Maiores, § 2
«Já só lhe restava um filho muito amado. Enviou-o por último»
Deus tinha criado o homem à sua imagem e semelhança (Gn 1,26), e havia-o julgado digno de O conhecer a Si mesmo, pois fora considerado acima de todos os animais devido ao dom da inteligência, fora criado no gozo das incomparáveis delícias do Paraíso, e feito senhor de tudo o que se encontrava sobre a Terra. No entanto, ao vê-lo, instigado pela serpente, cair no pecado e, pelo pecado, na morte e no sofrimento que a ela conduzem, não o rejeitou. Pelo contrário, deu-lhe desde logo o auxílio da sua Lei; designou anjos para o guardarem e para tomarem conta dele; enviou profetas para lhe reprovarem a maldade e lhe ensinarem a virtude [...].
Quando, apesar destas graças e de muitas outras, os homens persistiram na desobediência, não Se afastou deles. Tendo nós ofendido o nosso benfeitor mostrando indiferença pelos sinais da sua protecção, não fomos abandonados pela bondade do Senhor nem obliterados do seu amor, antes fomos subtraídos à morte e devolvidos à vida por Nosso Senhor Jesus Cristo, e a maneira como fomos salvos é digna de uma admiração maior ainda. «Ele, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus; no entanto, esvaziou-Se a Si mesmo, tomando a condição de servo» (Fl 2,6-7). «Ele tomou sobre Si as nossas doenças, carregou as nossas dores, [...] foi ferido [...]» para nos salvar pelas suas chagas (Is 53,4-5). Ele «resgatou-nos da maldição da Lei, ao fazer-Se maldição por nós» (Gl 3,13); sofreu a mais infamante morte para nos conduzir à vida da glória.
E não Lhe bastou devolver à vida aqueles que estavam na morte: revestiu-os da dignidade divina e preparou-lhes no repouso eterno uma felicidade que ultrapassa toda a imaginação humana. «Como retribuirei ao Senhor todos os seus benefícios para comigo» (Sl 115,12), como retribuiremos tudo o que Ele nos deu? Ele é tão bom que nada pede em compensação por suas graças: contenta-Se em ser amado.
Quando, apesar destas graças e de muitas outras, os homens persistiram na desobediência, não Se afastou deles. Tendo nós ofendido o nosso benfeitor mostrando indiferença pelos sinais da sua protecção, não fomos abandonados pela bondade do Senhor nem obliterados do seu amor, antes fomos subtraídos à morte e devolvidos à vida por Nosso Senhor Jesus Cristo, e a maneira como fomos salvos é digna de uma admiração maior ainda. «Ele, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus; no entanto, esvaziou-Se a Si mesmo, tomando a condição de servo» (Fl 2,6-7). «Ele tomou sobre Si as nossas doenças, carregou as nossas dores, [...] foi ferido [...]» para nos salvar pelas suas chagas (Is 53,4-5). Ele «resgatou-nos da maldição da Lei, ao fazer-Se maldição por nós» (Gl 3,13); sofreu a mais infamante morte para nos conduzir à vida da glória.
E não Lhe bastou devolver à vida aqueles que estavam na morte: revestiu-os da dignidade divina e preparou-lhes no repouso eterno uma felicidade que ultrapassa toda a imaginação humana. «Como retribuirei ao Senhor todos os seus benefícios para comigo» (Sl 115,12), como retribuiremos tudo o que Ele nos deu? Ele é tão bom que nada pede em compensação por suas graças: contenta-Se em ser amado.
Responsório (SI 111)
— Feliz aquele que respeita o Senhor!
— Feliz o homem que respeita o Senhor e que ama com carinho a sua lei! Sua descendência será forte sobre a terra, abençoada a geração dos homens retos.
— Haverá glória e riqueza em sua casa, e permanece para sempre o bem que fez. Ele é correto, generoso e compassivo, como luz brilha nas trevas para os justos.
— Feliz o homem caridoso e prestativo, que resolve seus negócios com justiça. Porque jamais vacilará o homem reto, sua lembrança permanece eternamente!
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