(Mc 12,38-44)
Naquele tempo, 38Jesus dizia, no seu ensinamento, à multidão: “Tomai cuidado com os doutores da Lei! Eles gostam de andar com roupas vistosas, de ser cumprimentados nas praças públicas; 39gostam das primeiras cadeiras nas sinagogas e dos melhores lugares nos banquetes. 40Eles devoram as casas das viúvas, fingindo fazer longas orações. Por isso eles receberão a pior condenação”. 41Jesus estava sentado no Templo, diante do cofre das esmolas, e observava como a multidão depositava suas moedas no cofre. Muitos ricos depositavam grandes quantias. 42Então chegou uma pobre viúva que deu duas pequenas moedas, que não valiam quase nada. 43Jesus chamou os discípulos e disse: “Em verdade vos digo, esta pobre viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmolas. 44Todos deram do que tinham de sobra, enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver”.
Comentário do dia: Santa Teresa de Ávila (1515-1582), carmelita descalça, doutora da Igreja. Poema «Vivo sin vivir en mí»
«Ela, da sua penúria, deitou tudo»
Vivo sem viver em mim;
E minha esperança é tal,
Que morro de não morrer.
Vivo já fora de mim
Desde que morro de amor;
Pois vivo no Senhor
Que me quis para Si.
Quando Lhe dei o coração,
Nele inscreveu estas palavras:
Morro de não morrer. [...]
Ah! que triste é a vida
Que não se alegra no Senhor!
E, se o amor é doce,
Não o é a longa espera;
Livra-me, meu Deus, desta carga,
Mais pesada que o ferro,
Pois morro de não morrer.
Vivo só da confiança
De que um dia hei-de morrer,
Pois pela morte é a vida
Que a esperança me promete.
Morte em que se ganha a vida,
Não tardes, que te espero,
Pois morro de não morrer.
Vede como é forte o amor (Cant 8,6);
Ó vida, não me sobrecarregues!
Vê o que apenas resta:
Para te ganhar, perder-te! (Lc 9,24)
Venha ela, a doce morte!
Que minha morte venha bem cedo,
Pois morro de não morrer.
Esta vida lá do alto,
Que é vida verdadeira,
Até que morra a vida cá de baixo
Enquanto se viver não se a tem.
Ó morte, não te escondas!
Que viva porque morro já,
Pois morro de não morrer.
Ó vida, que posso eu dar
A meu Deus, que vive em mim,
Senão perder-te, a ti,
Para merecer prová-Lo!
Desejo, morrendo, obtê-Lo,
Pois tenho tal desejo do meu Amado
Que morro de não morrer.
Responsório (Tb 13,2.6.7.8)
— Bendito seja Deus, que vive eternamente!
— Porque vós castigais e salvais, fazeis descer aos abismos da terra, e de lá nos trazeis novamente: de vossa mão nada pode escapar.
— Compreendei o que fez para nós, dai-lhe graças, com todo o respeito! Vossas obras celebrem a Deus e exaltem o Rei sempiterno!
— Eu desejo, de toda a minha’alma alegrar-me em Deus, Rei dos céus.
— Bendizei o Senhor, seus eleitos, fazei festa e alegres louvai-o!
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