Graça e paz! Estamos estudando o texto da Carta Apostólica "Rosarium Virginis Mariae" (O Rosário da Virgem Maria), do beato João Paulo II.
Iniciamos...: Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amem.
Ave Maria, cheia de graças...
CAPÍTULO I: CONTEMPLAR CRISTO COM MARIA
Recordar
Cristo com Maria
13.
O contemplar de Maria é, antes de mais, um recordar. Convém, no entanto,
entender esta palavra no sentido bíblico da memória (zakar), que atualiza as
obras realizadas por Deus na história da salvação. A Bíblia é narração de
acontecimentos salvíficos, que culminam no mesmo Cristo. Estes acontecimentos
não constituem somente um “ontem”; são também o “hoje” da salvação.
Esta
atualização realiza-se particularmente na Liturgia: o que Deus realizou
séculos atrás não tinha a ver só com as testemunhas diretas dos acontecimentos,
mas alcança, pelo seu dom de graça, o homem de todos os tempos. Isto vale, de
certo modo, também para qualquer outra piedosa ligação com aqueles
acontecimentos: « fazer memória deles », em atitude de fé e de amor, significa
abrir-se à graça que Cristo nos obteve com os seus mistérios de vida, morte e
ressurreição.
Por
isso, enquanto se reafirma, com o Concílio Vaticano II, que a Liturgia, como
exercício do ofício sacerdotal de Cristo e culto público, é « a meta para a
qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força
», convém ainda lembrar que « a participação na sagrada Liturgia não esgota
a vida espiritual. O cristão, chamado a rezar em comum, deve também entrar no
seu quarto para rezar a sós ao Pai (cf. Mt 6, 6); mais, segundo ensina o
Apóstolo, deve rezar sem cessar (cf. 1 Tes 5, 17) ».(16) O Rosário, com a sua
especificidade, situa-se neste cenário diversificado da oração « incessante »,
e se a Liturgia, ação de Cristo e da Igreja, é ação salvífica por excelência,
o Rosário, enquanto meditação sobre Cristo com Maria, é contemplação salutar.
De fato, a inserção, de mistério em mistério, na vida do Redentor faz com que
tudo aquilo que Ele realizou e a Liturgia atualiza, seja profundamente
assimilado e modele a existência.
VI
Aprender
Cristo de Maria
14.
Cristo é o Mestre por excelência, o revelador e a revelação. Não se trata
somente de aprender as coisas que Ele ensinou, mas de “aprender a Ele”. Porém,
nisto, qual mestra mais experimentada do que Maria? Se do lado de Deus é o
Espírito, o Mestre interior, que nos conduz à verdade plena de Cristo (cf. Jo
14, 26; 15, 26;16, 13), de entre os seres humanos, ninguém melhor do que Ela
conhece Cristo, ninguém como a Mãe pode introduzir-nos no profundo conhecimento
do seu mistério.
O
primeiro dos “sinais” realizado por Jesus –a transformação da água em vinho nas
bodas de Caná – mostra-nos precisamente Maria no papel de mestra, quando exorta
os servos a cumprirem as disposições de Cristo (cf.Jo 2, 5). E podemos imaginar
que Ela tenha desempenhado a mesma função com os discípulos depois da Ascensão
de Jesus, quando ficou com eles à espera do Espírito Santo e os animou na
primeira missão. Percorrer com Ela as cenas do Rosário é como frequentar a “escola”
de Maria para ler Cristo, penetrar nos seus segredos, compreender a sua
mensagem.
Uma
escola, a de Maria, ainda mais eficaz, quando se pensa que Ela a dá obtendo-nos
os dons do Espírito Santo com abundância e, ao mesmo tempo, propondo-nos o
exemplo daquela « peregrinação da fé »,(17)na qual é mestra inigualável. Diante
de cada mistério do Filho, Ela convida-nos, como na sua Anunciação, a colocar
humildemente as perguntas que abrem à luz, para concluir sempre com a
obediência da fé: « Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra
» (Lc 1, 38).
PRÓXIMO PARAGRAFO:
Configurar-se
a Cristo com Maria
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