Evangelho Lc 9,11b-17
Naquele tempo, 11bJesus acolheu as multidões, falava-lhes sobre o Reino de Deus e curava todos os que precisavam. 12A tarde vinha chegando. Os doze apóstolos aproximaram-se de Jesus e disseram: “Despede a multidão, para que possa ir aos povoados e campos vizinhos procurar hospedagem e comida, pois estamos num lugar deserto”. 13Mas Jesus disse: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Eles responderam: “Só temos cinco pães e dois peixes. A não ser que fôssemos comprar comida para toda essa gente”. 14Estavam ali mais ou menos cinco mil homens. Mas Jesus disse aos discípulos: “Mandai o povo sentar-se em grupos de cinquenta”. 15Os discípulos assim fizeram, e todos se sentaram. 16Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, elevou os olhos para o céu, abençoou-os, partiu-os e os deu aos discípulos para distribuí-los à multidão. 17Todos comeram e ficaram satisfeitos. E ainda foram recolhidos doze cestos dos pedaços que sobraram.
COMENTÁRIO AO EVANGELHO: Das Obras de Santo Tomás de
Aquino, presbítero (Opusculum 57, In festo Corporis Christi,
lect. 1-4) (Séc.XIII)
Ó precioso e admirável banquete!
O unigênito Filho de Deus, querendo fazer-nos participantes da sua divindade, assumiu
nossa natureza, para que, feito homem, dos homens fizesse deuses.
Assim, tudo quanto assumiu da nossa natureza humana, empregou-o para nossa
salvação. Seu corpo, por exemplo, ele o ofereceu a Deus Pai como sacrifício no altar da
cruz, para nossa reconciliação; seu sangue, ele o derramou ao mesmo tempo como preço
do nosso resgate e purificação de todos os nossos pecados.
Mas, a fim de que permanecesse para sempre entre nós o memorial de tão imenso
benefício, ele deixou aos fiéis, sob as aparências do pão e do vinho, o seu corpo como
alimento e o seu sangue como bebida.
Ó precioso e admirável banquete, fonte de salvação e repleto de toda suavidade! Que há
de mais precioso que este banquete? Nele, já não é mais a carne de novilhos e cabritos
que nos é dada a comer, como na antiga Lei, mas é o próprio Cristo, verdadeiro Deus,
que se nos dá em alimento. Poderia haver algo de mais admirável que este sacramento?
De fato, nenhum outro sacramento é mais salutar do que este; nele os pecados são
destruídos, crescem as virtudes e a alma é plenamente saciada de todos os dons
espirituais.
É oferecido na Igreja pelos vivos e pelos mortos, para que aproveite a todos o que foi
instituído para a salvação de todos.
Ninguém seria capaz de expressar a suavidade deste sacramento; nele se pode saborear
a doçura espiritual em sua própria fonte; e torna-se presente a memória daquele imenso
e inefável amor que Cristo demonstrou para conosco em sua Paixão.
Enfim, para que a imensidade deste amor ficasse mais profundamente gravada nos
corações dos fiéis, Cristo instituiu este sacramento durante a última Ceia, quando, ao
celebrar a Páscoa com seus discípulos, estava prestes a passar deste mundo para o Pai.
A Eucaristia é o memorial perene da sua Paixão, o cumprimento perfeito das figuras da
Antiga Aliança e o maior de todos os milagres que Cristo realizou. É ainda singular
conforto que ele deixou para os que se entristecem com sua ausência.
Responsório (Sl 109)
— Tu és sacerdote eternamente/ segundo a ordem do rei Melquisedec!
— Palavra do Senhor ao meu Senhor:/ “Assenta-te ao lado meu direito/ até que eu ponha os inimigos teus/ como escabelo por debaixo de teus pés!” — O Senhor estenderá desde Sião/ vosso cetro de poder, pois Ele diz:/ “Domina com vigor teus inimigos;/ domina com vigor teus inimigos!” — Tu és príncipe desde o dia em que nasceste;/ Na glória e esplendor da santidade,/ como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei!/ Jurou o Senhor e manterá sua palavra;/ Tu és sacerdote eternamente,/ segundo a ordem do rei Melquisedec!
Nenhum comentário:
Postar um comentário