Paróquia Santa Luzia

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19 de mai. de 2013

SOLENIDADE DE PENTECOSTES - Ano C


Evangelho João 20,19-23
19Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”. 
20Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. 
21Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. 
22E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”. 


Comentário ao Evangelho do dia feito por Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano de Estrasburgo. Sermão 26, 2º para o Pentecostes

«Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar sobre as maravilhas de Deus» (At 2,4.11)

Eis o aniversário do dia em que o Espírito Santo foi enviado aos santos discípulos e a todos os que com eles estavam reunidos, o dia em que nos foi dado esse belo tesouro que tínhamos perdido no Paraíso terrestre, por obra da astúcia do Inimigo e pela claudicação humana [...].


Essa dádiva aconteceu de maneira maravilhosa, a começar já por aquilo que exteriormente se viu; quanto ao mistério escondido e encerrado interiormente em tais maravilhas, não há razão, pensamento ou criatura alguma que o pudesse conhecer, conceber ou dizer. O Espírito Santo é uma grandeza de tal forma imensa, tão incompreensível e tão doce, que toda a grandeza apenas concebível pela razão, por maior que se conceba, [...] nada é ao lado desta. Comparados com ela, o céu e a Terra, assim como tudo aquilo que pudemos ver, nada são [...]. Eis porque tem de ser o próprio Espírito Santo a preparar o lugar onde deve ser recebido, porque deve ser Ele a tudo fazer para tornar o homem capaz de O receber [...]; é o abismo inexprimível de Deus que tem de ser para Ele [...] o Seu lugar e a Sua capacidade de recepção.


«Encheu toda a casa» (At 2,2). Esta casa simboliza, em primeiro lugar, a santa Igreja, que é a morada de Deus; mas, em segundo lugar, simboliza cada homem em quem o Espírito Santo habita. Assim como numa casa há muitas divisões, muitos quartos, também o homem possui muitas faculdades, sentidos e diferentes energias; e o Espírito Santo a todas visita de maneira especial. Assim que aparece, Ele insta o homem, excita-o, acorda nele certas inclinações, trabalha-o e ilumina-o. Nem todos os homens sentem da mesma maneira esta visita e esta ação interiores. Ainda que o Espírito Santo habite em todos os homens corajosos, aquele que quer tomar consciência da Sua operação, sentir e saborear a Sua presença, deve recolher-se em si mesmo [...], na calma e no silêncio [...]. Quanto mais o homem se predispuser a esse movimento de recolhimento, mais tomará consciência dessa manifestação interior e sempre crescente do Espírito Santo, que afinal lhe foi dada completamente desde o início.


SALMO 103

— Enviai o vosso Espírito, Senhor,/ e da terra toda a face renovai!

— Bendize, ó minha alma, ao Senhor!/ Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande!/ Quão numerosas, ó Senhor, são vossas obras!/ Encheu-se a terra com as vossas criaturas! 
— Se tirais o seu respiro, elas perecem/ e voltam para o pó de onde vieram./ Enviais o vosso espírito e renascem/ e da terra toda a face renovais. 
— Que a glória do Senhor perdure sempre,/ e alegre-se o Senhor em suas obras!/ Hoje seja-lhe agradável o meu canto,/ pois o Senhor é a minha grande alegria!

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