Naquele tempo, 28começou Pedro a dizer a Jesus: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos”. 29Respondeu Jesus: “Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, 30receberá cem vezes mais agora, durante esta vida — casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições — e, no mundo futuro, a vida eterna. 31Muitos que agora são os primeiros serão os últimos. E muitos que agora são os últimos serão os primeiros”.
Comentário do dia São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja. Sermões sobre o Cântico dos Cânticos nº 37, 2-5
«Cem vezes mais agora»
«Semeai a justiça, diz o Senhor, e recolhei a esperança da vida.» Mas não te remete para o último dia, em que tudo vos será dado realmente e já não através da esperança; Ele fala do presente. Na verdade a nossa alegria será grande, infinita, quando começar a verdadeira vida. Mas desde já a esperança duma tão grande alegria não pode acontecer sem alegria: «Sedes alegres na esperança», diz o apóstolo Paulo (Rm 12,12). E David não diz que estará na alegria mas que já a experimentou no dia em que esperou entrar na casa do Senhor (cf Sl 122,1). Ainda não possuía a vida, mas já tinha colhido a esperança da vida: experimentou a verdade da Escritura que diz que, não apenas a recompensa, mas a «expectativa dos justos dá alegria» (Pr 10,28). Esta alegria acontece na alma daquele que semeou a justiça pela convicção que tem de que os seus pecados foram perdoados. [...]
Quem quer que, de entre vós, após o início amargo da conversão, tem a felicidade de se sentir aliviado pela esperança dos bens que espera [...], já recolheu, desde esse momento, o fruto das suas lágrimas. Esse viu Deus e ouvi-O dizer: «Dai-lhe do fruto das suas mãos» (Pr 31,31). Como é que aquele que «saboreou e viu como o Senhor é bom» (cf Sl 34,9) pode deixar de ver a Deus? O Senhor Jesus é suave e amável para àquele que recebe dele, não apenas a remissão dos pecados, mas também o dom da santidade e, ainda melhor, a promessa da vida eterna. Feliz daquele que fez tão bela colheita. [...] O profeta diz em verdade: «Aqueles que semeiam em lágrimas, recolherão com alegria» (Sl 126,5). [...] Nenhum lucro nem honraria terrestre nos parecerá acima da nossa esperança e dessa alegria de esperar, já desde agora profundamente enraizada nos nossos corações: «Ora a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5,5).
Quem quer que, de entre vós, após o início amargo da conversão, tem a felicidade de se sentir aliviado pela esperança dos bens que espera [...], já recolheu, desde esse momento, o fruto das suas lágrimas. Esse viu Deus e ouvi-O dizer: «Dai-lhe do fruto das suas mãos» (Pr 31,31). Como é que aquele que «saboreou e viu como o Senhor é bom» (cf Sl 34,9) pode deixar de ver a Deus? O Senhor Jesus é suave e amável para àquele que recebe dele, não apenas a remissão dos pecados, mas também o dom da santidade e, ainda melhor, a promessa da vida eterna. Feliz daquele que fez tão bela colheita. [...] O profeta diz em verdade: «Aqueles que semeiam em lágrimas, recolherão com alegria» (Sl 126,5). [...] Nenhum lucro nem honraria terrestre nos parecerá acima da nossa esperança e dessa alegria de esperar, já desde agora profundamente enraizada nos nossos corações: «Ora a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5,5).
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