Solenidade do Coração de Jesus
Quem é esse Deus em quem acreditamos? Qual é a sua essência? Como é que o podemos definir? A liturgia deste dia diz-nos que «Deus é amor». Convida-nos a contemplar a bondade, a ternura e a misericórdia de Deus, a deixarmo-nos envolver por essa dinâmica de amor, a viver «no amor» a nossa relação com Deus e com os irmãos. A primeira leitura é uma catequese sobre essa história de amor que une Jahwéh a Israel. Ensina que foi o amor – amor gratuito, incondicional, eterno – que levou Deus a eleger Israel, a libertá-lo da opressão, a fazer com ele uma Aliança, a derramar sobre ele a sua misericórdia em tantos momentos concretos da história... Diante da intensidade do amor de Deus, Israel não pode ficar de braços cruzados: o Povo é convidado a comprometer-se com Jahwéh e a viver de acordo com os seus mandamentos. A segunda leitura define, numa frase lapidar, a essência de Deus: «Deus é amor». Esse «amor» manifesta-se, de forma concreta, clara e inequívoca em Jesus Cristo, o Filho de Deus que se tornou um de nós para nos manifestar – até à morte na cruz – o amor do Pai. Quem quiser «conhecer» Deus, permanecer em Deus ou viver em comunhão com Deus, tem de acolher a proposta de Jesus, despir-se do egoísmo, do orgulho e da arrogância e amar Deus e os irmãos. O Evangelho garante-nos que esse Deus que é amor tem um projeto de salvação e de vida eterna para oferecer a todos os homens. A proposta de Deus dirige-se especialmente aos pequenos, aos humildes, aos oprimidos, aos excluídos, aos que jazem em situações intoleráveis de miséria e de sofrimento: esses são não só os mais necessitados, mas também os mais disponíveis para acolher os dons de Deus. Só quem acolhe essa proposta e segue Jesus poderá viver como filho de Deus, em comunhão com Ele.
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(Mt 11,25-30)
25Naquele tempo, Jesus pôs-se a dizer: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. 26Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 27Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
28Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. 29Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. 30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
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Comentário do dia: Santa Faustina Kowalska (1905-1938), religiosa. Diário, § 1321
«Sou manso e humilde de coração»
Salve, Coração Misericordioso de Jesus,
Fonte de todas as graças, e seu vivo nexo,
Nossa protecção e refúgio, única Luz,
Em vós que tenho, da esperança, o reflexo.
Salve, Coração Compassivo de meu Senhor,
Inescrutável fonte viva de ternura,
De que brota a vida para o pecador,
E a fonte e a origem de toda a doçura.
Salve, do Sagrado Coração, aberta Chaga,
Donde saíram os raios da Misericórdia,
E da qual nos foi dada a vida em paga,
Vaso único de confiança e concórdia.
Salve, divina inconcebível Bondade,
Nunca medida nem aprofundada,
De amor e misericórdia, plena de santidade,
Porém, como terna mãe, para nós inclinada.
Salve, trono de Misericórdia, de Deus Cordeiro,
Que por mim destes a vida em sacrifício,
Em que minha alma se humilha, até dia derradeiro,
Pois, de viver em fé profunda, é meu ofício.
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