(Mt 8,18-22)
Naquele tempo, 18vendo uma multidão ao seu redor, Jesus mandou passar para a outra margem do lago. 19Então um mestre da Lei aproximou-se e disse: “Mestre, eu te seguirei aonde quer que tu vás”.
20Jesus lhe respondeu: “As raposas têm suas tocas e as aves dos céus têm seus ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”. 21Um outro dos discípulos disse a Jesus: “Senhor, permite-me que primeiro eu vá sepultar meu pai”. 22Mas Jesus lhe respondeu: “Segue-me, e deixa que os mortos sepultem os seus mortos”.
Comentário do dia: Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade. «Jesus, the Word to Be Spoken», cap. 8, 31
«O Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça»
A pobreza do nosso Salvador é ainda maior que a do animal mais pobre deste mundo: «as raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.» Esta era a realidade. Não tinha uma casa sua, não tinha morada fixa. Os Samaritanos tinham-No expulsado e teve de procurar abrigo (Lc 9,53). Tudo era incerto: o alojamento, a alimentação. Tudo aquilo de que Se servia era esmola dos outros.
Isto é realmente a grande pobreza; e como é tocante quando sabemos que Ele é o Deus-Homem, o Senhor do céu e da terra, e tudo o que podia ter possuído! Mas ao mesmo tempo é isso que torna a sua pobreza esplêndida e rica, no sentido em que se trata de uma pobreza voluntária, escolhida por amor a nós e com a intenção de nos enriquecer (cf 2Cor 8,9).
Somos abençoados ao ser chamados a partilhar, à nossa maneira modesta, a imensa pobreza deste grande Deus. Estremecemos de alegria perante esta magnífica errância que é a nossa vida. Não erramos, mas cultivamos o espírito do abandono. Não possuímos nada para viver e, no entanto, vivemos com esplendor; nada sobre que avançar e no entanto avançamos sem medo; nada em que nos apoiarmos e no entanto apoiamo-nos em Deus com confiança porque somos dele e Ele é o nosso Pai previdente.
Responsório (Sl 49)
— Entendei isto, todos vós que esqueceis o Senhor Deus!
— “Como ousas repetir os meus preceitos e trazer minha Aliança em tua boca? Tu que odiaste minhas leis e meus conselhos e deste as costas às palavras dos meus lábios!
— Quando vias um ladrão, tu o seguias e te juntavas ao convívio dos adúlteros. Tua boca se abriu para a maldade e tua língua maquinava a falsidade.
— Assentado, difamavas teu irmão, e ao filho de tua mãe injuriavas. Diante disso que fizeste, eu calarei? Acaso pensas que eu sou igual a ti? É disso que te acuso e repreendo e manifesto essas coisas aos teus olhos.
— Entendei isto, todos vós que esqueceis Deus, para que eu não arrebate a vossa vida, sem que haja mais ninguém para salvar-vos! Quem me oferece um sacrifício de louvor, este sim é que me honra de verdade. A todo homem que procede retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus”.
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