A Festa que hoje celebramos não é um convite a decifrar o mistério que se esconde por detrás de «um Deus em três pessoas»; mas é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para os fazer comungar nesse mistério de amor.
Na primeira leitura, o Deus da comunhão e da aliança, apostado em estabelecer laços familiares com o homem, auto-apresenta-se: ele é clemente e compassivo, lento para a ira e rico de misericórdia.
Na segunda leitura, Paulo expressa – através da fórmula litúrgica «a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco» – a realidade de um Deus que é comunhão, que é família e que pretende atrair os homens para essa dinâmica de amor.
No Evangelho, João convida-nos a contemplar um Deus cujo amor pelos homens é tão grande, a ponto de enviar ao mundo o seu Filho único; e Jesus, o Filho, cumprindo o plano do Pai, fez da sua vida um dom total, até à morte na cruz, a fim de oferecer aos homens a vida definitiva. Nesta fantástica história de amor (que vai até ao dom da vida do Filho único e amado), plasma-se a grandeza do coração de Deus.
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(Jo 3,16-18)
16Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele.
18Quem nele crê, não é condenado, mas quem não crê, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito.
Comentário do dia: Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa. Poema «Permaneço entre vós», 1938, estrofes 1-10
«Mostrou-me depois um rio de água viva, […] que saía do trono de Deus e do Cordeiro» (Ap 22,1)
À direita do Pai (Sl 110 [109],1; Ap 5,7),
O Trono do Reino
Da glória eterna,
E desde o princípio
És de Deus o Verbo (Jo 1,1).
Dominas e reinas
Do Trono supremo (Ap 5,13);
Na tua forma humana,
Corpo transfigurado,
Desde que na Terra
Cumpriste a tua obra (Jo 17,4; 19,30).
Daí me vem a Fé,
Diz-mo o teu Verbo,
E porque acredito
Sou também feliz (Jo 20,29);
Daí me acompanha
Toda a esperança.
Onde permaneces
Estão também os teus (Jo 17,24);
E o Céu bendito
É a minha pátria;
E o Trono do Pai
É também o meu (Ap 3,21).
O Senhor eterno,
Criador de tudo,
Três vezes Santíssimo,
Abraçando todos,
É Senhor dum Reino
Sem ser deste mundo (Jo 18,36).
O meio do paço
Da alma humana
É morada perfeita
Da Santa Trindade (Jo 14,23),
Seu Trono celeste
Na Terra dos homens.
O Filho de Deus,
E Filho do Homem (Jo 5,27),
Salvou do Demônio
Tal Reino divino
E deu o seu Sangue
Por nosso resgate (Ap 12,10-11).
O seu Lado aberto (Jo 19,34)
Reúne esse Reino
Do Céu e da Terra
E é Fonte de Vida
Para todos nós,
Fonte de água viva (Jo 7,38).
O Coração de Jesus
É Coração da Trindade,
É centro e convergência
De todos os corações;
Porque nos oferece a vida
Da própria Divindade (Jo 6,40).
A sua força oculta
Nos atrai todos a Si (Jo 12,32)
E no coração do Pai
Nos dá a sua morada;
E nos leva na torrente
Do seu Espírito Santo.
Responsório (Dn 3,52-56)
— A vós louvor, honra e glória eternamente!
— Sede bendito, Senhor Deus de nossos pais.
— Sede bendito, nome santo e glorioso.
— No templo santo onde refulge a vossa glória.
— E em vosso trono de poder vitorioso.
— Sede bendito, que sondais as profundezas
— E superior aos querubins vos assentais.
— Sede bendito no celeste firmamento.
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