Paróquia Santa Luzia

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30 de abr. de 2013

Quarta-feira da 5ª semana da Páscoa


Evangelho segundo S. João 15,1-8. 



Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu sou a videira verdadeira e o meu Pai é o agricultor. 
Ele corta todo o ramo que não dá fruto em mim e poda o que dá fruto, para que dê mais fruto ainda. 
Vós já estais purificados pela palavra que vos tenho anunciado. 
Permanecei em mim, que Eu permaneço em vós. Tal como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, mas só permanecendo na videira, assim também acontecerá convosco, se não permanecerdes em mim. 
Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanece em mim e Eu nele, esse dá muito fruto, pois, sem mim, nada podeis fazer. 
Se alguém não permanece em mim, é lançado fora, como um ramo, e seca. Esses são apanhados e lançados ao fogo, e ardem. 
Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e assim vos acontecerá. 
Nisto se manifesta a glória do meu Pai: em que deis muito fruto e vos comporteis como meus discípulos.» 



Comentário ao Evangelho do dia feito por Isaac da Estrela (?-c. 1171), monge cisterciense. Sermão 16, 1º para o domingo da Septuagésima, §§5-8; SC 130

A parábola da vinha
Professo todo o respeito pela fiel e pertinente explicação da vinha [da parábola de Mateus 20,15] enquanto Igreja universal: a vinha como representação de Cristo; os ramos como representação dos cristãos; o agricultor e proprietário como representação do Pai celeste; o dia como representação do tempo na sua totalidade ou da vida do homem; as horas representando as idades do mundo ou do indivíduo; a praça representando a actividade agitada do mundo, ávido de dinheiro.


Pessoalmente, porém, gosto de considerar a minha alma e o meu corpo, isto é, a totalidade da minha pessoa, como uma vinha. Não devo negligenciá-la, mas laborar, trabalhar para que ela não seja abafada por outros ramos ou por raízes alheias, nem incomodada pela profusão de rebentos no seu crescimento natural. Devo mondá-la para que não desenvolva demasiado sarmento, podá-la para que lhe nasçam mais frutos. Devo circundá-la com uma vedação para que não fique à mercê da pilhagem por quem passa na estrada, e sobretudo para que o javali da selva [...] não a devaste (cf Sl 79,14). Devo cultivá-la com o maior dos cuidados para que a cepa original da vinha escolhida não degenere, para que não se torne uma vinha abastardada, incapaz de alegrar Deus e os homens (cf Sl 103,15) ou talvez susceptível de os entristecer. Devo protegê-la com aturada vigilância para que o fruto que tanto trabalho custou e que por tanto tempo foi esperado não seja clandestinamente roubado por aqueles que, às escondidas, devoram o infeliz (Hab 3,14), para que não desapareça de repente numa devastação imprevista. Eis porque o primeiro homem recebeu a ordem de cultivar e guardar o Éden como se fosse uma vinha (Gn 2,15).


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