Roma, (Zenit.org) Luca Marcolivio
A missa não é um "evento social", e sim a presença real do Senhor em meio a nós. A celebração eucarística não deve ser transformada num "evento normal", porque é sempre uma "festa", disse o papa Francisco na homilia da manhã desta quarta-feira, 3 de outubro na Casa Santa Marta, celebrando na presença do conselho de oito cardeais criado para ajudar na reforma da Igreja.
A primeira leitura (Nm 8,1-4a.5-6.7b-12) se concentrou na “memória de Deus”: a este respeito, o Santo Padre observou que o povo de Deus experimenta a "proximidade da salvação" e começa chorar "de alegria, não de tristeza"; antes disso, o povo "tinha lembrança da Lei, mas era uma lembrança distante".
Mesmo hoje em dia, todos nós "temos a memória da salvação", mas às vezes essa memória está "domesticada", "um pouco distante", quase "como coisa de museu".
Quando a lembrança se torna mais próxima, porém, ela se transforma em "alegria do povo", que "aquece o coração" e que é "um princípio da nossa vida cristã".
O encontro com a memória é "um acontecimento de salvação, é um encontro com o amor de Deus que fez história e nos salvou". É por isso que "precisamos fazer festa".
No entanto, muitas vezes, "nós, cristãos, temos medo da festa" que nasce da "proximidade do Senhor" e perdemos a "memória da Paixão do Senhor", reduzindo-a toda a uma "lembrança" ou a um "evento rotineiro".
Frequentemente, vamos à igreja como se fôssemos a um "funeral". A missa nos entedia, porque não é algo próximo. Ela “vira um evento social e não estamos perto da memória da Igreja, que é a presença do Senhor na nossa frente”, disse o papa.
Devemos, portanto, tomar o exemplo do povo de Israel (cfr. Nm 8,1-4a.5-6.7b-12), que se reaproxima da sua memória e chora, com o coração aquecido, alegre, sentindo que a alegria do Senhor é a sua força. “E faz festa, sem medo, com simplicidade”.
No final da homilia, o papa convidou: "Peçamos ao Senhor a graça de manter sempre a sua memória viva, próxima, e não domesticada pela rotina, por tantas coisas, e distante, reduzida a mera lembrança".
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